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Sem-terra terão que sair, afirma Alckmin
DA REPORTAGEM LOCAL
DA REDAÇÃO
O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), criticou
ontem as recentes ações dos sem-terra e reafirmou que quem invadir terras no Estado vai ter que
"desinvadir". "Entrou com ação
judicial de reintegração de posse,
a desinvasão ocorre."
Alckmin criticou invasões feitas
em terras que, segundo ele, não
podem ser destinadas à reforma
agrária, como a estação experimental de Colina (406 km a noroeste de São Paulo), invadida anteontem por cerca de 320 famílias
da Feraesp (Federação dos Trabalhadores Rurais Assalariados do
Estado de São Paulo). "É evidente
que uma área pública como a estação experimental de Colina não
é para a reforma agrária. Isso não
tem sentido", disse o governador.
Dizendo não entender o objetivo das ações dos sem-terra, o tucano lembrou que uma medida
provisória editada pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso impede vistoria para fins de desapropriação em terras invadidas.
"Então essas invasões são totalmente absurdas", acrescentou.
Questionado se acha que as
ações são políticas, Alckmin disse
que "só quem pode dizer o objetivo são eles [os sem-terra]. Agora,
isso não contribui para uma causa
que é justa".
Invasões dobram
O governador se disse preocupado com o número de invasões
neste ano, que, segundo ele, mais
do que dobrou. De acordo com o
Itesp (Instituto de Terras do Estado de São Paulo), o número de
ações em 2003 -20- já supera o
total do ano passado inteiro -16.
"Essa coisa de dizer que vai fazer na marra e essas ações violentas acabam comprometendo uma
boa bandeira", afirmou Alckmin.
"A reforma agrária é importante,
o assentamento é importante.
Agora, violência, invasão, ameaça, esse não é um bom caminho e
compromete uma reforma importante como é a reforma agrária", disse o governador.
Segundo ele, na sua gestão e na
de Mário Covas (PSDB), seu antecessor, foram assentadas 6.000 famílias, contra 3.500 durante todos
os governos anteriores.
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