São Paulo, segunda-feira, 26 de junho de 2006

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PAINEL

RENATA LO PRETE
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Alguma luz

Num período em que as boas notícias têm sido todas para o adversário, a campanha de Geraldo Alckmin se animou com o resultado de pesquisa Vox Populi que o coloca 11 pontos à frente de Lula em São Paulo. Segundo o levantamento, encomendado pelo PSDB nacional e registrado no TSE, o tucano tem 45% das intenções de voto no Estado que governou, contra 34% do petista. O campo foi feito nos dias 14 e 15 de junho, período em que já tinha ido ao ar parte da propaganda em televisão a que o partido teve direito este mês.
Semanas atrás, o Ibope havia indicado empate entre Lula e Alckmin em São Paulo. Os tucanos sabem que, sem vantagem folgada no Estado, não dá nem para iniciar conversa, dada a dominância nacional de Lula.

Tudo menos isso. Tucanos ligados a Alckmin foram ao desespero quando FHC pediu, na convenção de Serra, que comparem seu governo ao de Lula. Sabem que as pesquisas, hoje, indicam veredicto favorável ao petista.

Mosca azul. O grupo de Aloysio Nunes Ferreira não quer saber de Alberto Goldman como vice de Serra. Acha que, no posto, o deputado trabalharia para ser o candidato ao governo em 2010.

Negócios. Paulo Okamotto, o "doador universal", aproveitou a convenção de Lula para faturar. O presidente do Sebrae não saía da lojinha do PT, cuja franquia é de sua família.

Pito. A militância gritou o nome de Arlete Sampaio, candidata petista ao governo do DF, quando o presidente do PC do B, Renato Rabelo, foi chamado a discursar na convenção. Ricardo Berzoini deu bronca na galera, que protestava contra o pedido de apoio do aliado a Agnelo Queiroz.

Bom tamanho. De petista inconformado com a demanda do PC do B: "Com nove deputados, eles têm a presidência da Câmara e um ministério. E ainda reclamam".

Nem vem. O PT gaúcho reagiu à aproximação de Germano Rigotto (PMDB) com Lula. "No Rio Grande do Sul, o palanque do presidente é o de Olívio Dutra", diz Henrique Fontana. Para o deputado, o objetivo do governador é forçar o PSDB a retirar a candidatura de Yeda Crusius.

Guarda-chuva. Jaques Wagner fechou aliança com seis partidos para disputar o governo da Bahia. No palanque do petista estarão PMDB, PC do B, PV, PTB, PSB e PMN, o que deve lhe garantir tempo de TV superior ao do governador Paulo Souto (PFL).

Quatro mãos. O PTB de Armando Monteiro Neto indicou o deputado Augusto César, ex-prefeito de Serra Talhada, para vice de Humberto Costa (PT) em Pernambuco. As duas siglas trabalham juntas no programa de governo.

Tostines. Um mineiro analisa o dilema do PMDB no Estado: "Itamar Franco não vence a convenção, mas ganharia a eleição para o Senado. Newton Cardoso vence a convenção, mas perde a eleição". Se Newtão for confirmado, surgirão interessados em entrar na disputa, entre eles Virgílio Guimarães (PT).

Aliança tática. Na tentativa de fortalecer a posição tucano-pefelista em Santa Catarina, Jorge Bornhausen apoiará a reeleição de Luiz Henrique (PMDB). Adversários históricos, o presidente do PFL e o governador se reaproximaram num ato de desagravo quando o primeiro foi chamado de nazista pelo PT.

Vale-tudo 1. Senadores-candidatos pressionam Renan Calheiros para que a TV da Casa reprise as sessões em horário nobre. Alguns chegam a usar a tribuna três vezes na mesma sessão.

Vale-tudo 2. De um senador governista a assessor do MEC: "Peça ao ministro para ver o que é possível fazer pelo Estado. De biblioteca a papel higiênico, de carteira nova a usada. Serve qualquer coisa".

Tiroteio

O PFL deveria ter aprendido que ataque nunca ganhou eleição neste país. O que importa é o preço da comida. É com isso que as pessoas estão preocupadas.


Da ex-prefeita de São Paulo MARTA SUPLICY, na convenção nacional do PT, sobre a estratégia da oposição para a campanha presidencial.

Contraponto

Bronca do técnico

Em viagem na sexta para Chapecó (SC), Lula se mostrava empolgado com a vitória do Brasil sobre o Japão, rasgando elogios a Juninho Pernambucano.
Quando bateu o olho na gravata do ministro das Cidades, Márcio Fortes, o presidente identificou figuras de jogadores. Observando mais atentamente, levou um susto:
-São jogadores com o uniforme da Argentina! Pode tirar essa gravata- brincou Lula.
Pego de surpresa e algo sem graça, Fortes, que não tinha outra gravata à mão, tratou de passar a bola para o ministro do Desenvolvimento:
-A culpa não é minha. Foi presente do Furlan.



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