DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Até a oposição elogiou ontem a atitude do governo de reajustar, em índices superiores ao da inflação, o benefício do principal programa social do governo Lula, o Bolsa Família.
A pouco mais de três meses das eleições, em vez de afirmar que o aumento do programa, que beneficia cerca de 11 milhões de famílias, é eleitoreiro, parlamentares do DEM e do PSDB preferiram classificá-lo como "necessário".
Para os oposicionistas, o descontrole inflacionário e o aumento dos preços dos alimentos recaem especialmente sobre a parte pobre da população e os alimentos da cesta básica.
Candidato a prefeito de Salvador, o líder do DEM na Câmara, Antonio Carlos Magalhães Neto, disse que o povo precisa do reajuste. "A inflação está corroendo o poder de compra da cesta básica, por isso que o aumento [do Bolsa Família] está certo", disse.
"Nunca criticamos o Bolsa família, criticamos sim a política assistencialista ao cidadão. Não vou me manifestar contra as pessoas mais pobres. Não podemos nos posicionar contra os que mais são prejudicados pela incompetência do governo", disse o presidente do DEM, Rodrigo Maia (RJ).
Líder do governo na Câmara, Henrique Fontana (PT-RS), negou que o aumento é decorrente da incompetência dos ministros do presidente Lula. "O Bolsa Família não é um programa isolado e junto com outros programas estamos trabalhando para elevar o poder de compra da parcela mais pobre da população."


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