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Cresce pressão de senadores por saída de Sarney
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Senadores subiram ontem à
tribuna para defender o afastamento de José Sarney (PMDB-AP) da Presidência do Senado.
O primeiro a pedir o afastamento foi o também peemedebista Pedro Simon (RS), que
afirmou que a saída de Sarney
não significaria "autoculpa",
mas um "ato de grandeza".
"O presidente Sarney deve se
afastar. Para o bem dele, de sua
família, de sua história", disse.
"Antes que a saída dele fique insustentável", complementou.
Simon disse que, como presidente da Casa, Sarney não pode
responder questões do "neto,
do mordomo, do diretor que ele
criou e manteve por 14 anos",
referindo-se às revelações feitas nas últimas semanas.
Foram na mesma linha de Simon os senadores Eduardo Suplicy (PT-SP), Marisa Serrano
(PSDB-MS) e Cristovam Buarque (PDT-DF). "Estamos precisando arrumar a casa. Agora,
ele tem que pensar na instituição", afirmou Serrano.
Demóstenes Torres (DEM-GO) afirmou que o presidente
do Senado deve se afastar de investigações internas sobre responsabilidades nos casos dos
atos secretos. Na próxima semana, o DEM decide se pede o
afastamento do senador.
Outros senadores, como Heráclito Fortes (DEM-PI) e Wellington Salgado (PMDB-MG),
defenderam que Sarney permaneça no cargo. Para Salgado,
Sarney não deixou de tomar as
medidas necessárias para apuração dos fatos referentes aos
atos secretos mesmo estando
no cargo de presidente. Paulo
Duque (PMDB-RJ) subiu à tribuna para ler uma nota em defesa do neto de Sarney, José
Adriano Cordeiro Sarney.
Representações
Tentando partir para a ação,
o PSOL preparou três representações contra os últimos
presidentes do Senado -José
Sarney, Garibaldi Alves e
(PMDB-RN) e Renan Calheiros
(PMDB-AL)- para averiguar
os atos secretos, mas decidiu só
entregá-las ao Conselho de Ética da Casa na próxima semana.
Parte da bancada prefere garantir um número maior de assinaturas do requerimento de
uma CPI antes de entrar com as
representações. Até o final da
tarde, só havia duas assinaturas, de um total de 28 necessárias. O Conselho de Ética do Senado, que deveria estar formado desde março segundo norma da Casa, ainda não está
composto. A Secretaria Geral
da Mesa afirmou que nem todos os partidos entregaram as
indicações para o conselho,
mas se negou a informar quais
eram os partidos.
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