São Paulo, sexta-feira, 26 de junho de 2009

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Sob Lula, Petrobras elevou salário da direção

Remuneração, porém, ainda é menor que salários pagos por grandes empresas privadas a seus executivos

PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO
SAMANTHA LIMA
EM SÃO PAULO

Os gastos da Petrobras com os salários pagos aos seus diretores do primeiro escalão cresceu 54% de 2003 -primeiro ano do governo do PT- a 2007. Nesse período, a inflação acumulou 28%. A remuneração dos diretores, porém, fica abaixo da de empresas privadas.
Hoje cada um dos seis diretores e o presidente recebem, em média, cerca de R$ 55 mil mensais (cerca de R$ 710 mil/ano).
Alvo de uma CPI no Senado, a Petrobras elevou muito seu gasto com salários, bônus e benefícios sob o governo Lula.
Em 2003, a estatal pagou R$ 4,8 milhões em remunerações à diretoria, aos nove integrantes do Conselho de Administração e aos cinco membros do Conselho Fiscal. A cifra saltou para R$ 7,4 milhões em 2007 e para R$ 9,8 milhões em 2008.
Diante da perspectiva de lucros menores por causa da queda do preço do petróleo, o valor reservado para este ano foi reduzido para R$ 8,2 milhões.
A Petrobras alega que os vencimentos médios de seus empregados subiu mais (62% de 2003 a 2007) do que os da diretoria. Diz ainda que os salários pagos pela iniciativa privada a seus gerentes são bem mais elevados e que os reajustes visam reter talentos e impedir a migração para outras empresas.
Além disso, o crescimento do lucro da Petrobras elevou os vencimentos, porque a estatal premia seus empregados anualmente com PLR (Participação nos Lucros e Resultados), paga de acordo com a faixa salarial e metas cumpridas.
Segundo o presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli, a remuneração da diretoria da empresa é das mais baixas do mercado e está congelada desde 2008. Até 2007, a correção acompanhava o reajuste dos demais funcionários, mas ficou definido que não haveria reajuste em 2008 e 2009. "A remuneração média da diretoria é de R$ 54 mil por mês: é um dos menores salários das grandes empresas brasileiras."
O presidente da Usiminas, Marco Castelo Branco, ganhou mais de dez vezes o salário de Gabrielli em 2008, embora a siderúrgica tenha lucrado R$ 3,2 bilhões, ou 10% do lucro da Petrobras (R$ 33 bilhões). A Vale paga a seus executivos R$ 70 milhões/ano. A Ambev pagou R$ 26,3 milhões/ano -numa média de R$ 2 milhões para cada executivo. As duas também lucram menos que a Petrobras.
Gabrielli diz que a empresa só consegue manter os profissionais graças a um bom plano de carreira: "Temos políticas de longo prazo. Mantemos os melhores profissionais pelo plano de carreira." Ainda assim, a estatal perdeu muitos talentos nos últimos anos para a concorrência, como Paulo Mendonça e Rodolfo Landim, contratados pela OGX de Eike Batista.


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