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Sob Lula, Petrobras elevou salário da direção
Remuneração, porém, ainda é menor que salários pagos por grandes empresas privadas a seus executivos
PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO
SAMANTHA LIMA
EM SÃO PAULO
Os gastos da Petrobras com
os salários pagos aos seus diretores do primeiro escalão cresceu 54% de 2003 -primeiro
ano do governo do PT- a 2007.
Nesse período, a inflação acumulou 28%. A remuneração
dos diretores, porém, fica abaixo da de empresas privadas.
Hoje cada um dos seis diretores e o presidente recebem, em
média, cerca de R$ 55 mil mensais (cerca de R$ 710 mil/ano).
Alvo de uma CPI no Senado,
a Petrobras elevou muito seu
gasto com salários, bônus e benefícios sob o governo Lula.
Em 2003, a estatal pagou R$
4,8 milhões em remunerações
à diretoria, aos nove integrantes do Conselho de Administração e aos cinco membros do
Conselho Fiscal. A cifra saltou
para R$ 7,4 milhões em 2007 e
para R$ 9,8 milhões em 2008.
Diante da perspectiva de lucros menores por causa da queda do preço do petróleo, o valor
reservado para este ano foi reduzido para R$ 8,2 milhões.
A Petrobras alega que os vencimentos médios de seus empregados subiu mais (62% de
2003 a 2007) do que os da diretoria. Diz ainda que os salários
pagos pela iniciativa privada a
seus gerentes são bem mais elevados e que os reajustes visam
reter talentos e impedir a migração para outras empresas.
Além disso, o crescimento do
lucro da Petrobras elevou os
vencimentos, porque a estatal
premia seus empregados
anualmente com PLR (Participação nos Lucros e Resultados), paga de acordo com a faixa salarial e metas cumpridas.
Segundo o presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli, a
remuneração da diretoria da
empresa é das mais baixas do
mercado e está congelada desde 2008. Até 2007, a correção
acompanhava o reajuste dos
demais funcionários, mas ficou
definido que não haveria reajuste em 2008 e 2009. "A remuneração média da diretoria é de
R$ 54 mil por mês: é um dos
menores salários das grandes
empresas brasileiras."
O presidente da Usiminas,
Marco Castelo Branco, ganhou
mais de dez vezes o salário de
Gabrielli em 2008, embora a siderúrgica tenha lucrado R$ 3,2
bilhões, ou 10% do lucro da Petrobras (R$ 33 bilhões). A Vale
paga a seus executivos R$ 70
milhões/ano. A Ambev pagou
R$ 26,3 milhões/ano -numa
média de R$ 2 milhões para cada executivo. As duas também
lucram menos que a Petrobras.
Gabrielli diz que a empresa
só consegue manter os profissionais graças a um bom plano
de carreira: "Temos políticas de
longo prazo. Mantemos os melhores profissionais pelo plano
de carreira." Ainda assim, a estatal perdeu muitos talentos
nos últimos anos para a concorrência, como Paulo Mendonça
e Rodolfo Landim, contratados
pela OGX de Eike Batista.
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