São Paulo, segunda-feira, 26 de julho de 2004

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TODA MÍDIA

Ordens

NELSON DE SÁ

José Dirceu sai para uma semana de folga. Vai ver Fidel.
Na semana que passou, ele ganhou sua Câmara de Desenvolvimento Econômico, ganhou sua cerimônia com Lula e 17 ministros e apareceu no ranking da "Veja" como "Sobe", não mais "Desce". Em resumo, ganhou o poder de volta -e não poderia viajar sem deixar as ordens.
Falou para Record, Globo e outras sobre a notícia da Folha, de que "no material reunido pela Kroll, Dirceu aparece como o mais monitorado integrante do primeiro escalão". E ele:
- A ordem do presidente é apurar, ir a fundo e punir.
E a questão "é o ministro da Justiça que está cuidando".
Também não poderia viajar sem falar, para comentaristas e reportagens que seguiram tratando ontem de sua disputa com o ministro Antonio Palocci:
- Já falei que é ilusão achar que, depois de 23 anos de lutas, depois de dez anos trabalhando para chegarmos à Presidência, nós vamos nos desentender.
Até para a campanha eleitoral deixou ordens, ele que comandou a reunião do PT que tratou de acertar os discursos:
- Temos o que apresentar à sociedade. Estamos crescendo mais do que na época do Real.
Agora ele vai para Cuba, com escala no Amazonas. O debate da Band, com Marta e Serra, e toda a campanha eleitoral que aguardem até ele retornar.

A HERDEIRA

Leo Martins - www.nominimo.com.br/Reprodução
Caricatura da ministra, no site


A opinião pública redescobre a ministra Marina Silva (Meio Ambiente) em reação às queimadas na Amazônia. O site Nomínimo destacou ontem que agora ela "dá as cartas". Faz "vasta blitz contra incêndios", com Exército e Marinha, além do Ibama, e conseguiu "pôr o meio ambiente no coração" de Antonio Palocci, ou seja, conseguiu dinheiro. É para fazer juz "ao cargo de herdeira de Chico Mendes".

Choradeira
A três semanas da propaganda eleitoral, os custos assustam e se tornam notícia. Segundo "O Globo", "a choradeira é geral".
E voltam os defensores, como João Paulo (PT) e Roberto Freire (PPS), na Agência Nordeste, da Lei Falcão ou quase: câmera na mão e político na frente, falando. Não tem volta, não adianta.

Antes, os Jogos
O horário eleitoral vai começar junto com os Jogos Olímpicos, como propagandeava ontem o locutor Galvão Bueno. Deve adiar ainda mais a campanha que já demora a alçar vôo.

O conflito
O Brasil venceu. Foi "injusto", disse o "Clarín". A Argentina "merecia", disse o "La Nación".
A alegoria do conflito passou -e o conflito real persiste. Mas Andres Oppenheimer se esforça por mostrar que vai tudo bem. O colunista do "Miami Herald" dá como exemplo a integração dos consulados dos dois países. O primeiro será em Boston (EUA). É para economizar, claro.

Equilíbrio
O jornalista Larry Rohter, do "New York Times", que quase foi expulso do Brasil por Lula, ressurgiu em reportagem sobre a lei de abate de aviões, que o UOL traduziu ontem. Ele deu os argumentos brasileiros, relatou as críticas, foi equilibrado.

Hollywood
Canais de notícias e jornais americanos pareciam ter um único destaque, ontem: vem aí a convenção democrata.
Frank Rich, colunista do "NYT", entrou lateralmente na cobertura escrevendo sobre "The Manchurian Candidate", novo filme de Jonathan Demme ("O Silêncio dos Inocentes") que estréia junto com a convenção.
Seria ainda mais "liberal" -alguns dizem mais eleitoral- do que "Fahrenheit 9/11".

Orkut
Não é só o espião da Kroll que viaja no Orkut. A onda pegou tanto que tem gente do Planalto: ele se autodescreve como de "esquerda liberal" e com humor "seco/sarcástico".

GLOBO PELO GLOBO

"Fantástico"/Reprodução
O "Fantástico" no Uzbequistão


Em "clima de despedida do Sucatão", como notou o colunista Villas-Bôas Corrêa, Lula partiu para a África.
Mas é outra viagem pelo mundo que a Globo vem destacando. O jornalista Zeca Camargo estava até o fim de semana no Uzbequistão, onde encontrou brasileiros e, mais importante, pulou um Carnaval "surreal", com "mambo" e passistas de nomes Ludmila, Natasha etc. Depois, um capítulo da global "Mulheres Apaixonadas", dublada para o russo.


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