São Paulo, quarta-feira, 26 de julho de 2006

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TODA MÍDIA

Nelson de Sá @ - nelsondesa@folhasp.com.br

Da internet à televisão

Anunciando que "Alckmin acaba de receber os números da pesquisa do Ibope", o blog de Ricardo Noblat destacou Lula com 41%, o tucano com 30% e Heloísa Helena com "9% ou 10%". Eram 15h39.
Não demorou e os percentuais surgiam em toda parte, do site do jornal baiano "A Tarde" à rádio Jovem Pan, em São Paulo e Brasília.
Mais alguns minutos e a rádio CBN, que é das Globos, ecoou. Por fim, em pleno Globo.com, o Blog Brasil foi atrás -e acabou virando a submanchete do portal da TV Globo, "Alckmin cola em Lula".
O portal iG e outros passaram a comentar abertamente o avanço. Também outros blogs.
 
Assim foi até as 20h30, quando os apresentadores William Bonner e Fátima Bernardes anunciaram, afinal, números inteiramente diferentes, quase com um sorriso nos lábios: Lula com 44%, Alckmin com 27%, Heloísa Helena com 8%.

GUERRAS COMERCIAIS
O "Independent" não economizou no catastrofismo, ao noticiar o colapso nas negociações globais, "o mundo à beira de nova erupção das guerras comerciais". Vem aí "uma nova era de protecionismo".
Pode ser mais que retórica. No "Wall Street Journal", "diplomatas temem que populistas como Hugo Chávez usem o colapso como combustível". Chávez que, noticia o "Financial Times", pode perder o "tratamento passivo" dos EUA. Foi o que a comissão de relações externas do Congresso cobrou, em carta, de George W. Bush. O temor é de corte no suprimento de petróleo.

agenciacartamaior.uol.com.br


SUCESSO E FRACASSO
Em reação às críticas do ex-ministro Rubens Ricupero à reunião do Mercosul ampliado na Argentina, a engajada Agência Carta Maior saudou ontem, em sua manchete, "um sucesso: o Mercosul cresce e muda".
Em meio a críticas à OMC, que "não consegue fechar a Rodada Doha, um fracasso dos livre-mercadistas", o site destaca que no Mercosul "sai a mera região aduaneira e entra um organismo complexo e diferenciado".

TRANSATLÂNTICA 1
Na manchete do site do "FT", ontem, "EUA atiram de volta contra a União Européia pelo colapso de Doha".
Diz o jornal que "a hostilidade transatlântica atingiu níveis jamais vistos". A representante dos EUA nas negociações comerciais, Susan Schwab, "acusou o negociador europeu de espalhar mentiras para dividir culpa".
No dia anterior, o europeu Peter Mandelson havia culpado os EUA pelo colapso.

HARMONIA
Segundo o site do "WSJ", as negociações sempre dependeram de EUA e Europa. Foi assim até alguns meses atrás, respectivamente com Robert Zoellick e Peter Lamy. Mas, "sob seus dois sucessores, a harmonia evaporou".

TRANSATLÂNTICA 2
Ao fundo da "hostilidade jamais vista" de EUA e Europa, a notícia na BBC Brasil é que Peter Mandelson "deve se reunir com o brasileiro Celso Amorim" em agosto, para negociar a retomada de um acordo de livre comércio da União Européia com o Mercosul.

A BRINCADEIRA
No blog de Sergio Leo, "eis que se esboroa a rodada que iria trazer a felicidade à Terra sob a forma de uma gigantesca liberalização comercial". Ele dá "a explicação":
- Os países ricos teriam de ceder mais do que ganhar, desta vez -e desse jeito a brincadeira não tem graça.

ACORDO NENHUM
Para um especialista, na manchete do Terra Magazine, "Brasil sai ileso de Doha", pois "não ganhou nada, mas poderia ter perdido um bocado", legitimando os subsídios.
O blog do "WSJ" foi ouvir fazendeiros do país, que "celebraram" com o mesmo argumento de que agora nada muda nos subsídios. Para um deles, "acordo nenhum é melhor que um mau acordo".

GANHA-E-PERDE
O "FT" publicou uma lista de quem-ganha-quem-perde. Ganham "os fazendeiros americanos altamente subsidiados". Perdem "exportadores competitivos" da Europa e "o agronegócio brasileiro e australiano, que não vai entrar nos mercados que esperava".

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@ - Nelson de Sá


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