São Paulo, sábado, 26 de julho de 2008

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Painel

RENATA LO PRETE painel@uol.com.br

Puxão de cabelo

O bom desempenho e o potencial de crescimento de Manuela D'Ávila (PC do B), empatada com Maria do Rosário (PT) em segundo lugar no Datafolha, indicam que a deputada será o alvo da hora em Porto Alegre. A primeira a disparar foi Luciana Genro (PSOL), que já soltou na praça panfletos vinculando Manuela ao PPS gaúcho. A sigla tem em seus quadros Cezar Busatto, ex-chefe da Casa Civil da governadora Yeda Crusius (PSDB), degolado no escândalo do Detran.
De acordo com o Datafolha, Manuela leva vantagem entre os indecisos: 9% dizem que poderão votar nela, contra 4% na petista Rosário. Além disso, 13% dos que declaram voto em Onyx Lorenzoni (DEM) admitem a possibilidade de transferi-lo para a comunista.

Cara-pintada. No primeiro debate da capital gaúcha, na próxima semana, Luciana Genro novamente apontará seus canhões para Manuela.
Dirá que a oponente nunca trabalhou, abandonou o mandato de vereadora pela metade e se prepara para fazer o mesmo com o de deputada -condição, aliás, da própria candidata do PSOL.

Game. Adversários do primeiro colocado ACM Neto lançaram na internet o jogo "Grampinho não!", em que o candidato do DEM aparece numa nave e o jogador, com canhão de fogo, tenta impedir que ele "baixe em Salvador".

Em tempo. O apelido de Neto se refere à denúncia de que seu avô, Antonio Carlos Magalhães, mandou grampear adversários na Bahia.

Quarentena. Raimundo Varella, o radialista de Salvador que desistiu da candidatura a prefeito para apoiar ACM Neto, ficará fora do comando do programa "Balanço Geral", da afiliada da Record. Adversários do DEM ameaçavam recorrer à Justiça contra sua permanência no ar.

Padrinhos. João da Costa (PT), que de candidato desconhecido se transformou em segundo colocado em Recife, aparece na frente de Mendonça Filho na pesquisa espontânea, segundo o Datafolha: 11% a 9%, o que representa empate técnico. O petista tem o apoio de Lula, do governador Eduardo Campos (PSB) e do prefeito João Paulo (PT).

Negócios. Ameaçado de ficar de fora da disputa para vereador em São Bernardo, Marcos Lula da Silva, filho do presidente, declarou à Justiça Eleitoral ser dono de 50% do capital da Flexbr Tecnologia, em sociedade com o irmão Fábio Luís, o Lulinha. Detalhe: o capital total é de R$ 2.000. Quando foi fundada, há um ano, era de R$ 20 mil.

Laços. O site da Flexbr está registrado em nome da G4 Entretenimento e Tecnologia Digital, cujo responsável é Kalil Bittar, filho do sócio de Lulinha na Gamecorp. E a sede da Flexbr pertence à Mito Empreendimentos, que está em nome de Valeska Teixeira, filha do compadre do presidente, Roberto Teixeira.

Veja bem. Henrique Meirelles (BC) ligou para o presidente do PSDB, Sérgio Guerra, preocupado com a nota oficial na qual o partido, em resposta ao aumento de um ponto na taxa de juros, chama de "esquizofrênica" a política econômica do governo.

Intempéries. No fórum de governadores do Nordeste, o ministro Paulo Bernardo (Planejamento) ouviu críticas à burocracia para repasses federais aos Estados. Wellington Dias (PT-PI) disse que verbas para enfrentar a seca de 2004 só estão chegando agora, depois de uma enchente que causou mais estragos.

Incerteza. Senadores reclamam da demora de Garibaldi Alves (PMDB) em definir a data dos períodos de esforço concentrado durante as eleições. Caso o presidente do Senado decida fazer como o colega da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT), e decretar trabalho normal vão chover pedidos de licença na Casa.


com VERA MAGALHÃES e SILVIO NAVARRO

Tiroteio

"É estranho o presidente dizer isso, porque a ministra não sai do palanque desde que foi denominada, por ele mesmo, 'mãe do PAC'.
Se tiver de descer agora, vai ficar contrariada."

Do senador JARBAS VASCONCELOS (PMDB-PE), sobre a determinação de Lula para que Dilma Rousseff não participe de campanhas fora do Rio Grande do Sul, sua base eleitoral.

Contraponto

Pano rápido

Patinando nas pesquisas em Natal, Fátima Bezerra (PT) enfrenta certo desânimo de seus aliados. O presidente do Senado, Garibaldi Alves (PMDB), e a governadora do Rio Grande do Norte, Wilma Faria (PSB), dividem espaço no palanque com o desconforto típico de ex-adversários.
No domingo passado, a candidata era acompanhada pelos dois numa carreata de público escasso pela orla. Quando Garibaldi começou a discursar, viu que Wilma desceu do carro, preparando-se para dar no pé.
-Já vai, governadora? Sem dar nenhuma palavrinha?
Constrangida, ela improvisou uma fala breve no chão mesmo e, minutos depois, foi mesmo embora.


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