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PESQUISA
Taxa de reprovação permanece em 17%, e avaliação regular oscila para 45%; nota atribuída ao governo é de 6,2
Aprovação a Lula passa de 38% para 35%
DA REDAÇÃO
Pesquisa Datafolha realizada de
17 a 19 de agosto revela que a taxa
de aprovação ao governo Lula no
país caiu de 38% para 35% em relação à pesquisa anterior, realizada em 1º de março de 2004.
A margem de erro é de dois
pontos percentuais, para mais ou
para menos. Essa é a menor taxa
de aprovação desde o início da
atual gestão. A taxa de reprovação, porém, permaneceu em 17%:
o que variou foi a proporção dos
que consideram o governo regular, de 43% para 45%. A nota atribuída ao governo é de 6,2.
O diretor-geral do Datafolha,
Mauro Paulino, 43, adverte porém que é provável que o presidente esteja agora numa trajetória
de recuperação da popularidade:
"Como nós captamos uma tendência anterior de queda em pesquisas realizadas na capital paulista em maio e junho, é possível
depreender que essa taxa de 35%
represente na realidade uma recuperação de sua popularidade".
Paulino destaca a semelhança
entre a aprovação a Lula e os os
índices obtidos por Itamar Franco e Fernando Henrique Cardoso
após um ano e meio de mandato:
37% para Itamar em agosto de
1994 (um ano e nove meses) e
30% para FHC em junho de 1996
(um ano e seis meses de gestão).
O resultado de Itamar já refletia
o êxito do Plano Real no combate
à inflação; o de FHC estava influenciado por temores em relação ao desemprego e pela reação
negativa ao massacre de Eldorado
do Carajás, em abril. Três meses
depois, porém, a aprovação a
FHC já havia subido para 43%,
num momento em que o desemprego recuava (de 6,28%, em junho, para 5,63%, em setembro) e
a propaganda eleitoral dos partidos governistas enaltecia o Real.
A aprovação do presidente Luiz
Inácio Lula da Silva é bastante superior à obtida pelo presidente
Fernando Collor de Mello (18%),
bastante afetada pelo recrudescimento da inflação após o fracasso
do Plano Collor 2, em fevereiro, e
às taxas obtidas por FHC em 2000
(19% em junho e 23% em outubro), reflexo das dificuldades econômicas herdadas da maxidesvalorização do real em 1999 e da elevada taxa de desemprego.
Detalhando a pesquisa por estratos do eleitorado, percebe-se a
aprovação a Lula caiu seis pontos
percentuais entre as mulheres, os
eleitores das cidades do interior e
os moradores do Nordeste. A
mesma taxa caiu cinco pontos no
Norte/ Centro-Oeste e nas faixas
de 16 a 24 anos e de 35 a 44 anos.
No sentido inverso, destaca-se a
queda de oito pontos percentuais
na taxa de reprovação a Lula nos
eleitores com renda mais elevada.
A reforma da Previdência (que
atingiu inativos do setor público)
não afetou a aprovação a Lula no
estrato com 60 anos ou mais, no
qual ele alcança uma aprovação
de 43%. A menor aprovação por
faixa etária ocorre entre os eleitores com 45 a 59 anos (32%).
A aprovação a Lula diminui à
medida que aumenta o nível de
escolaridade (37% entre os eleitores que têm apenas o ensino fundamental, 34% entre aqueles com
ensino médio e 30% entre os com
nível superior). Nos demais casos,
porém, não é possível discernir
um padrão de variação. A aprovação é maior no interior (36%) do
que nas capitais e regiões metropolitanas (33%), e maior no Sul
(37%) do que no Sudeste (34%).
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