São Paulo, sábado, 26 de agosto de 2006

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ELEIÇÕES 2006 / ESTADOS

Há irracionalidade em leis ambientais, diz Mercadante

Para petista, normas emperram interesses nacionais ao barrar obras estruturais

A engenheiros, candidato defende mudanças na lei, critica Ibama e afirma que debate não pode ser guiado por reflexões "medievais"


MATHEUS PICHONELLI
DA REPORTAGEM LOCAL

O candidato do PT ao governo de São Paulo, Aloizio Mercadante, criticou ontem o que chamou de irracionalidade de leis ambientais vigentes no país. A declaração aconteceu em debate, realizado na sede do Instituto de Engenharia, em São Paulo, sobre desenvolvimento sustentável, que reuniu representantes de sindicatos do setor de construção civil.
A idéia era que Mercadante divulgasse suas idéias como candidato, mas ele passou boa parte do tempo respondendo a perguntas na condição de senador e interlocutor do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Mercadante ouviu reivindicações e críticas, em especial sobre o rigor da legislação ambiental, lei de licitações e desempenho da economia no governo Lula.
O senador disse que há incompatibilidade entre os interesses do país e as exigências da lei, que dispõe sobre sanções penais e administrativas de atividades lesivas ao meio ambiente. "Temos que aprimorar a legislação e as instituições. Há um ambiente no Senado para isso. Não pode haver uma reflexão medieval. Quantas obras estruturantes foram paradas por objeções ambientais?"
Mercadante disse ser legítima a preocupação com questões como o aquecimento global, mas citou como exemplo obras que esbarraram em restrições ambientais, como a construção do trecho sul do Rodoanel na capital, a aprovação da Lei de Biossegurança e investimentos em um gasoduto na bacia de Santos. "Houve discussão ambiental sobre se o gasoduto podia subir a serra ou não. Tem energia melhor do que o gás para preservar o oxigênio, o transporte urbano, a indústria? É uma completa irracionalidade criar objeções."
O senador não citou a ministra Marina Silva (Meio Ambiente). Considerada defensora dos ambientalistas, ela já foi alvo de críticas entre membros do governo, que vêem na pasta uma barreira para a consolidação de obras de infra-estrutura, sobretudo no que se refere a investimento em energia.


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