São Paulo, terça-feira, 26 de agosto de 2008

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PARÁ

Polícia proíbe delegados de falar com imprensa sem autorização

DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELÉM

Um ofício do chefe da Polícia Civil do interior do Pará, Miguel Alves, proibiu há cerca de um mês todos os delegados do Estado de falar com a imprensa sem a anuência de um superior e sem passar pela assessoria de imprensa do órgão.
Segundo o delegado-geral do Pará, Justiniano Alves, a idéia não é "impedir" a publicação de informações, mas "controlar coisas que podem prejudicar a instituição".
A medida teve como principal motivo declarações feitas à Folha pela delegada Liane Martins, corregedora da Polícia Civil que investigou o caso da adolescente L., presa em cela com mais de 20 homens em 2007, quando foi torturada e estuprada. A delegada jogou a culpa na vítima. "A partir daquele momento já pensamos em [impedir] que se fizesse [entrevistas]", disse Alves. Martins está afastada.
Segundo a Secretaria da Segurança, o documento reafirma a lei orgânica da Polícia Civil paraense e o Código de Processo Penal. Mas o ofício não se refere a nenhuma das normas. Diz que "qualquer notícia" deve ser autorizada pela assessoria, que por sua vez fará "o controle das informações", repassando à "superior administração" da Polícia Civil para que ela tenha "ciência" da apuração.
(JOÃO CARLOS MAGALHÃES)


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