São Paulo, terça-feira, 26 de agosto de 2008

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Índios dizem que pistoleiros rondam aldeia

KÁTIA BRASIL
DA AGÊNCIA FOLHA, EM MANAUS

Índios macuxis relataram ontem que supostos pistoleiros rondam com motos a aldeia do Barro, que fica na Vila Surumu, principal foco de tensão entre indígenas e fazendeiros na terra indígena Raposa/Serra do Sol.
Os homens, alguns com capacete, foram vistos no fim de semana. Na região, a Polícia Federal e a Força Nacional de Segurança mantêm uma base. O CIR (Conselho Indígena de Roraima) principal organização que defende a demarcação contínua da área, disse que comunicará o caso à Funai (Fundação Nacional do Índio).
Reportagem da Folha de sábado informou que o serviço de inteligência do governo federal detectou a chegada de jagunços vindos de Boa Vista e de outros Estados do Norte.
Ontem, o professor da etnia macuxi Walter de Oliveira, 40, relatou que os supostos pistoleiros estão saindo das fazendas e entram na Vila Surumu (226 km de Boa Vista) para visitar os não-índios que estão na área, driblando a polícia. Disse que os homens ficam a maior parte do tempo num bar. Quando anoitece, começam a rondar a aldeia do Barro, onde se concentra os índios defensores da demarcação contínua.
No domingo, os macuxis dizem ter visto quatro pistoleiros. Dois usavam capacetes. Um foi reconhecido como sendo um integrante do grupo que atirou contra indígenas, em maio, em confronto na fazenda do arrozeiro e prefeito de Pacaraima (RR), Paulo César Quartiero (DEM). Na ocasião, ele disse que seus funcionários só reagiram a agressões dos índios. Segundo o delegado da PF Ivan Herrero Fernandes, não há comprovação da existência de pessoas armadas ou pistoleiros na área.


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