São Paulo, terça-feira, 26 de agosto de 2008

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Garibaldi diz que o Poder Judiciário está legislando

Presidente do Senado afirma que STF ocupa vácuo gerado pelo Congresso

Peemedebista criticou ainda o excesso de MPs na Casa, que trancam a pauta: "É uma situação não apenas tensa como inaceitável"


TATHIANA BARBAR
DA FOLHA ONLINE

O presidente do Senado, Garibaldi Alves (PMDB-RN), criticou ontem a omissão do Congresso e afirmou que o Judiciário está legislando o país.
"O Legislativo vive uma situação tensa, que merece providências, atitudes. O Judiciário, aqui e acolá, diante da omissão do Legislativo, está realmente legislando. É a questão do vácuo. Em política não pode haver vácuo", afirmou ele, que participou de evento com empresários em São Paulo.
Garibaldi defendeu um Legislativo mais ativo e um pacto com o Judiciário, já que, segundo ele, o diálogo com o presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), ministro Gilmar Mendes, é "muito bom".
Na avaliação do peemedebista, o Senado está parado devido ao excesso de MPs (medidas provisórias).
"É uma situação não apenas tensa como inaceitável. Estamos, com isso, ferindo nossa Constituição, a representação popular, a casa do povo."
O presidente do Senado afirmou que espera a partir de amanhã destravar a pauta da Casa. "Vai ser possível destravar as seis MPs a partir de amanhã. Além das MPs, temos as eleições. Temos que aproveitar, os líderes prometeram quórum alto para amanhã."
Questionado sobre o que gostaria de fazer antes de deixar o comando do Senado, Garibaldi citou, entre outras coisas, votar os vetos presidenciais, resolver as questões da MPs -que, segundo ele, só deveriam ser votadas quando necessárias e urgentes- e mais celeridade nas votações do Congresso.
"O que eu queria fazer se resume em duas palavras: Parlamento independente."

Reforma política
O peemedebista defendeu uma reforma política que faça com que os partidos deixem de ser "partidos de aluguel", os quais, segundo ele, se juntam para ter mais tempo de propaganda na TV. "Precisamos acabar com esse faz-de-conta."
Entre os pontos da reforma política, Garibaldi defendeu a reforma partidária, o financiamento público de campanha -"com muita cautela"- e a fidelidade partidária.


Texto Anterior: Outro lado: Políticos falam por arrozeiros, afirma Funai
Próximo Texto: Decisão contra nepotismo não abrange todos os casos
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.