São Paulo, terça-feira, 26 de agosto de 2008

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ELEIÇÕES 2008 / SÃO PAULO

Alckmin busca fundo para campanha pessoalmente

Tucano é o candidato que menos arrecadou até agora entre os líderes na disputa

Sem auxílio de Serra, grupo do ex-governador tenta "furar" bloqueio que crê ter sido imposto à campanha do PSDB por Kassab (DEM)


JOSÉ ALBERTO BOMBIG
DA REPORTAGEM LOCAL

O ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB) tem auxiliado pessoalmente a arrecadar fundos para sua campanha à Prefeitura de São Paulo, a mais precária financeiramente, segundo o TRE (Tribunal Regional Eleitoral), entre a dos principais nomes da corrida eleitoral até agora na capital.
Emissários do tucano ligam para amigos e antigos colaboradores pedindo contribuições financeiras. Se necessário, o próprio candidato entra no circuito para reforçar a solicitação.
Conforme a única parcial divulgada até agora pela Justiça, Alckmin declarou ter arrecado R$ 769 mil contra R$ 6,4 milhões de Gilberto Kassab (DEM) e R$ 1,6 milhão de Marta Suplicy (PT).
Segundo a Folha apurou, o envolvimento direto do ex-governador no processo tem sido uma forma de tentar "furar" um bloqueio que seu grupo acredita ter sido imposto a sua campanha por Kassab, com auxílio dos democratas do Palácio dos Bandeirantes.
Tucanos e democratas, em campos opostos na eleição, dividem os governos municipal e estadual. Por conta disso, os empresários estariam sendo "orientados" a contribuir apenas com o atual prefeito.
O governador José Serra (PSDB), de quem Kassab era vice até março de 2006, está em viagem ao exterior há pouco mais de uma semana. Ele já passou pelo Japão e agora está na Inglaterra, sempre cumprindo agenda oficial.
Sem o auxílio do governador, o comando da campanha de Alckmin tem procurado nomes e segmentos que contribuíram com campanhas anteriores dele, como em 2002, quando foi reeleito governador, e em 2006, na derrota para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
A meta do tucano até a próxima parcial a ser divulgada pelo TRE, em 6 de setembro, é superar R$ 1 milhão, o que lhe garantiria o custeio da atual estrutura e o ajudaria a ampliar o número de cabos eleitorais nos bairros mais populosos.
Segundo a campanha, os eventuais colaboradores abordados são mantidos em sigilo, mas os nomes daqueles que aceitarem contribuir serão divulgados pelo TRE posteriormente, já que, ainda conforme a assessoria de Alckmin, o processo é transparente e feito dentro da lei eleitoral.
"As dificuldades materiais nós vamos superá-las com a presença da sociedade na nossa luta e com a TV, porque mostraremos que o Geraldo é o candidato com mais experiência de gestão pública", afirma o deputado federal Edson Aparecido (PSDB), coordenador-geral da campanha de Alckmin.
A principal carência da campanha diz respeito ao volume de material -santinhos, bandeiras, adesivos- e ao número de cabos eleitorais e veículos para transportá-los até as franjas da capital.
Conforme mostrou a Folha, Alckmin é o candidato com o menor número de "visitadores" entre os três primeiros colocados na mais recente pesquisa Datafolha. Um eventual crescimento na arrecadação seria destinado a ampliar sua atuação nas ruas.
Por conta dessa necessidade, a campanha limitou as pesquisas de opinião, instrumento importante na condução do processo. Elas têm sido realizadas quinzenalmente.


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