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Lina afirma que pecado foi focar "grandes"
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A ex-secretária da Receita Federal Lina Vieira
divulgou nota ontem em
que classificou a exoneração de pessoas ligadas a ela
como um "perigoso recuo"
no processo de fortalecimento do órgão.
Nesta semana, seis servidores em cargos de confiança nomeados pela ex-secretária foram exonerados pelo atual chefe da Receita, Otacílio Cartaxo, e
muitos outros pediram
para deixar suas funções,
em resposta ao que chamam de interferência política no órgão.
"As instituições de Estado -como é o caso da Receita Federal- somente
poderão exercer o seu papel constitucional se compostas por servidores que
primem pela ética no serviço público, imunes a influências políticas de partidos ou de governos. Os
governos passam, o Estado fica, e com ele, os servidores públicos", diz a nota.
É a primeira vez que ela
se manifesta após ter reafirmado na Comissão de
Constituição e Justiça do
Senado que se encontrou
com Dilma Rousseff (Casa
Civil), no final de 2008,
quando a ministra teria
lhe pedido que agilizasse a
fiscalização em empresas
da família do senador José
Sarney (PMDB-AP). Dilma nega o encontro.
"Esses colegas são pessoas sérias, de competência inquestionável, cujo
único pecado foi o compromisso com um projeto
de uma Receita Federal
independente e focada nos
grandes contribuintes",
concluiu a ex-secretária.
Henrique Jorge Freitas,
subsecretário de Fiscalização, que, segundo Lina,
pode ser uma testemunha
do encontro dela com Dilma, é um dos que pediram
para sair do cargo. Foi para
ele que Lina diz ter pedido
levantamento sobre o caso
Sarney após seu alegado
encontro com Dilma.
Numa carta endereçada
a vários auditores na Receita, Freitas contou que
Cartaxo lhe confidenciou
que seu cargo havia sido
pedido pelo ministro Guido Mantega (Fazenda).
"Fui comunicado pelo
sr. secretário que não era
de interesse do ministro
da Fazenda a minha continuidade à frente da subsecretaria de Fiscalização
[...]. Diante dessa situação,
nessa segunda-feira, em
conversa com o dr. Cartaxo, solicitei pressa na consumação do ato de minha
exoneração", escreveu.
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