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PF indicia suspeitos de planejar morte de juíza no Amazonas
Deputado afirma que acusação da Polícia Federal é absurda e que ele combatia o crime organizado
KÁTIA BRASIL
DA AGÊNCIA FOLHA, EM MANAUS
RODRIGO VIZEU
DA AGÊNCIA FOLHA
A Polícia Federal do Amazonas indiciou sete pessoas suspeitas de planejar matar uma
juíza. Segundo a PF, elas integram uma quadrilha liderada
pelo deputado estadual e apresentador de TV Wallace Souza
(PP). A PF também sugeriu o
indiciamento de Wallace.
Deputado mais votado em
2006 e irmão do vice-prefeito
de Manaus, Carlos Souza, Wallace é réu por suspeita de formação de quadrilha, corrupção
de testemunha, associação para
o tráfico e porte ilegal de armas.
Na denúncia, ele é acusado de
planejar homicídios para exibir
na TV e assim elevar a audiência de seu programa.
Um ex-segurança de Wallace, o ex-PM Moacir Costa, o
"Moa", disse que as equipes do
extinto programa chegavam
antes às ocorrências porque,
em muitas delas, o próprio Wallace havia ordenado as mortes.
A juíza Jaiza Fraxe virou alvo
do grupo por sua atuação na
Operação Centurião, que prendeu em 2005 o coronel da PM
Felipe Arce, apontado como o
segundo homem da quadrilha.
"Moa" disse ter testemunhado a reunião em que o filho do
deputado, Raphael Souza, propôs dar "um susto" na juíza. "O
deputado Wallace Souza disse
que não deveria ser susto, que,
se fosse para fazer, tinha que fazer direito [...], deixando claro
que deveriam apagá-la logo". O
ex-PM disse que o plano não se
consumou porque o matador se
negou a eliminar Fraxe e foi assassinado. "Moa", Arce e Raphael foram indiciados pela PF.
O deputado Wallace Souza
considerou "absurda" a acusação de planejar a morte da juíza
Jaiza Fraxe. Ele disse não ter
razão para matar Fraxe, que o
absolveu num processo por extorsão: "Não existe motivo".
Ele também negou que seja
chefe de uma quadrilha: "Em 18
anos de TV eu investiguei e
combati o crime organizado".
Ele nega a acusação de ter ordenado homicídios para exibir
na TV: "O que satisfazia o ego
da equipe do programa não era
mostrar o crime, era a solução.
Era quando a gente, junto com
a polícia, elucidava o crime. Dizem de forma maldosa que
aquilo era desova de encomenda para aumentar a audiência
do programa. É mentira."
A reportagem não conseguiu
localizar os indiciados pela PF.
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