São Paulo, quarta-feira, 26 de agosto de 2009

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PF indicia suspeitos de planejar morte de juíza no Amazonas

Deputado afirma que acusação da Polícia Federal é absurda e que ele combatia o crime organizado

KÁTIA BRASIL
DA AGÊNCIA FOLHA, EM MANAUS
RODRIGO VIZEU
DA AGÊNCIA FOLHA

A Polícia Federal do Amazonas indiciou sete pessoas suspeitas de planejar matar uma juíza. Segundo a PF, elas integram uma quadrilha liderada pelo deputado estadual e apresentador de TV Wallace Souza (PP). A PF também sugeriu o indiciamento de Wallace.
Deputado mais votado em 2006 e irmão do vice-prefeito de Manaus, Carlos Souza, Wallace é réu por suspeita de formação de quadrilha, corrupção de testemunha, associação para o tráfico e porte ilegal de armas. Na denúncia, ele é acusado de planejar homicídios para exibir na TV e assim elevar a audiência de seu programa.
Um ex-segurança de Wallace, o ex-PM Moacir Costa, o "Moa", disse que as equipes do extinto programa chegavam antes às ocorrências porque, em muitas delas, o próprio Wallace havia ordenado as mortes.
A juíza Jaiza Fraxe virou alvo do grupo por sua atuação na Operação Centurião, que prendeu em 2005 o coronel da PM Felipe Arce, apontado como o segundo homem da quadrilha.
"Moa" disse ter testemunhado a reunião em que o filho do deputado, Raphael Souza, propôs dar "um susto" na juíza. "O deputado Wallace Souza disse que não deveria ser susto, que, se fosse para fazer, tinha que fazer direito [...], deixando claro que deveriam apagá-la logo". O ex-PM disse que o plano não se consumou porque o matador se negou a eliminar Fraxe e foi assassinado. "Moa", Arce e Raphael foram indiciados pela PF.
O deputado Wallace Souza considerou "absurda" a acusação de planejar a morte da juíza Jaiza Fraxe. Ele disse não ter razão para matar Fraxe, que o absolveu num processo por extorsão: "Não existe motivo".
Ele também negou que seja chefe de uma quadrilha: "Em 18 anos de TV eu investiguei e combati o crime organizado".
Ele nega a acusação de ter ordenado homicídios para exibir na TV: "O que satisfazia o ego da equipe do programa não era mostrar o crime, era a solução. Era quando a gente, junto com a polícia, elucidava o crime. Dizem de forma maldosa que aquilo era desova de encomenda para aumentar a audiência do programa. É mentira."
A reportagem não conseguiu localizar os indiciados pela PF.


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