São Paulo, Domingo, 26 de Setembro de 1999
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PAINEL

Vocação partidária

O PFL está criando dificuldades ao projeto de lei que prorroga incentivos no setor de informática para vender facilidades. FHC e Tápias já dobraram Malan. Os pefelistas querem é tirar proveito, alegando que São Paulo (Covas) será beneficiado.

Jogando na confusão

O jogo político do PFL no projeto de informática é a última de ACM para atazanar FHC e os tucanos. O pefelista quer dar a entender que, quando a Bahia pede incentivos (MP da Ford), o PSDB paulista fica contra, mas age diferente quando o benefício é para São Paulo.

Luta regional

A intenção da cúpula pefelista é forçar FHC a pedir um entendimento para apoiar o projeto que prorroga incentivos fiscais dos setor de informática, enviado pelo governo à Câmara. E aí, negociar benefícios para as regiões Norte e Nordeste.

Diminuir a rejeição

Marta Suplicy encontrou-se pela 2ª vez com o Bispo Rodrigues (PL-RJ), coordenador político da Igreja Universal do Reino de Deus. Ela sabe que não terá o apoio de Edir Macedo na sucessão de Pitta, mas tenta evitar que a igreja ataque o PT como em eleições passadas.

Sorrisos amarelos

No primeiro encontro a sós que teve com Jader após a guerra do PPA, ACM disfarçou: "Não sei por que houve esse problema nosso de comunicação". Jader concordou: "Eu também não. Nós sempre tivemos uma comunicação boa".

Agulha no palheiro

O PMDB está fazendo um rastreamento em sua bancada. Procura relator para o PPA que tenha alguma afinidade com o assunto e sem grandes rixas regionais. E acima de qualquer suspeita, para não abrir a guarda a ACM. Está bastante difícil.

Caiu do cavalo

A atuação de Gilberto Mestrinho (PMDB-AM) foi a que mais surpreendeu ACM. O baiano realmente não esperava que ele nomeasse Jader relator do PPA. Estava sendo sincero quando duvidou que Mestrinho tivesse "peito" para tanto.

Gerente fraco

O Planalto está contrariado com Ovídio de Angelis (Políticas Urbanas). Ele não consegue gastar o dinheiro liberado para sua pasta. E, quando gasta, atende aos interesses do PMDB.

Não é pra já,....

Deputados da comissão especial do parlamentarismo receberam sinal verde de Michel Temer (PMDB-SP) para tocar o projeto adiante. ""A idéia é que, se aprovado, valha somente para o próximo governo", afirma o presidente da Câmara.


...mas pode vir a ser

A depender da gestão FHC, porém, o projeto parlamentarista estaria pronto numa hora de crise política. Tem cacique no Congresso que julga conveniente preparar a solução, descrendo que, nos próximos três anos, FHC recupere força.

Lenha na fogueira
Renan Calheiros (PMDB) está espalhando no Congresso que não foi ele que vazou a carta enviada a FHC com acusações a Covas. Diz que foi o Planalto.

Vingança por grana
A Assembléia do Amapá está ameaçando cassar o mandato de três deputados que se recusaram a aderir à greve parlamentar iniciada na quinta por aumento do repasse de verbas.

Na canoa dos outros

Ciro Gomes (PPS) e Itamar Franco (PMDB) são os nomes mais citados em prévia que o PL fez em seus diretórios para saber quem o partido deve apoiar na eleição presidencial de 2002.

No forno

Fernando Bezerra (Integração Nacional) define até quarta o novo superintendente da Sudene. O governador Jarbas Vasconcellos (PMDB-PE) ficou de fazer a indicação até amanhã.

E-mail: painel@uol.com.br

TIROTEIO
De Luiz Salomão (PDT-RJ), sobre a disputa entre Jader Barbalho e ACM a respeito da relatoria do PPA (Plano Plurianual), cuja marca de fantasia é ""Avança, Brasil":
- Foi uma briga de compadres para ver quem conseguia se equipar melhor para chantagear o governo.

CONTRAPONTO

Mandinga federal

Em abril, Robério Silva foi convidado por Celso Lafer, então ministro do Desenvolvimento, para assumir a Secretaria de Produtos de Base. Silva deixou o confortável cargo de presidente da APPC (Associação dos Países Produtores de Café), em Londres.
Desmontou a casa e mandou os móveis em contêineres para o Brasil. Em 18 de julho, quando a mudança chegou, Lafer caiu e a secretaria foi transferida para a pasta da Agricultura.
Clóvis Carvalho, substituto de Lafer, prometeu abrigá-lo como assessor especial. A nomeação saiu em 31 de agosto. Carvalho caiu no dia 3 de setembro.
Silva entrou em desespero. O sucessor de Carvalho, Alcides Tápias, disse que o manteria na equipe. Mas ele preferiu não apostar mais em um novo ministro do Desenvolvimento.
O embaixador Sergio Amaral, que assumira a presidência da APPC, entregou o posto de volta a Silva. Ele está voltando para Londres depois de empacotar tudo de novo.



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