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ACRE
Detenções devem ocorrer já nesta semana; 26 acusados de integrar grupo de Hildebrando chegam a Brasília
Mais 30 policiais poderão ser presos
da Sucursal de Brasília
Na chegada a Brasília dos 26
presos acusados de integrar a suposta organização criminosa liderada pelo ex-deputado Hildebrando Pascoal (AC), o delegado
da Polícia Civil Ari Régis afirmou
que mais 20 policiais militares e
entre 5 e 10 policiais civis deverão
ser presos no Acre a partir desta
semana.
O avião Hércules da FAB trazendo os presos pousou no aeroporto de Brasília a 0h55 de ontem.
O grupo de presos era composto
por 11 PMs, 10 policiais civis e 5 civis acusados de envolvimento em
assassinatos.
Cerca de 50 policiais federais do
COT (Comando de Operações
Táticas) e da DAOP (Divisão de
Aviação Operacional) fizeram a
segurança do comboio até a superintendência da Polícia Federal
em Brasília. O microônibus que
transportava os presos foi seguido
por seis carros e mais um helicóptero da PF.
Antes de serem recolhidos à superintendência da PF, às 3h15, os
presos foram levados ao IML
(Instituto Médico Legal), onde fizeram exame de corpo de delito,
para ficar comprovado que não
sofreram lesões.
O delegado Régis, que acompanhou os presos desde Rio Branco
(AC), afirmou que, com o afastamento deles do Acre, "devem surgir fatos novos".
"Na próxima semana (esta semana) devem ocorrer novas prisões. Acreditamos que mais 20
policiais militares e entre 5 e 10
policiais civis sejam presos."
Ele afirmou que "muitas pessoas não iam até a Polícia Federal
prestar depoimento porque estavam com medo". "Na Polícia Civil o pessoal não confiava, porque
poderia haver policiais envolvidos. Com a saída desse grupo, o
clima em Rio Branco hoje é de
tranquilidade", disse.
O delegado afirmou que o governo anterior "não tinha interesse" em combater o narcotráfico e
os grupos de extermínio. Régis
disse que o atual governador, Jorge Viana (PT), "não aceita o envolvimento de policiais com grupos de extermínio".
O avião Hércules estacionou
longe do hangar da PF, mas os policiais estacionaram o microônibus a apenas dez metros dos fotógrafos e cinegrafistas. Assim, os
presos foram obrigados a passar
algemados (dois a dois) na frente
das câmeras.
Entraram no microônibus escoltados pelos policiais armados
de escopetas e de fuzis HK-47 e
AR-15, além de pistolas.
Como a maioria dos presos, o
tenente dentista da PM Pedro
Pascoal Pinheiro Neto, irmão de
Hildebrando, não escondeu o
rosto. Também estava no grupo
um primo de Hildebrando, o policial civil Paulo Bandeira.
Os parentes do deputado José
Aleksandro da Silva (PFL-AC),
que era suplente de Hildebrando,
também não protegeram o rosto.
O irmão do deputado, Alexandre
Alves da Silva, é homicida condenado. O tio do deputado, José Filho de Andrade, o "Zé Branco",
era chefe da segurança da Câmara
Municipal de Rio Branco.
Os presos ficarão na superintendência da PF pelo menos até as
13h de amanhã, quando a Justiça
deverá determinar a transferência
deles para um quartel da PM ou
outro local.
Último preso
A PM do Acre prendeu anteontem o último dos acusados de integrar a organização supostamente liderada por Hildebrando. Raimundo Braga, o Braguinha, foi
preso às 21h30, depois que o avião
que transportou outros acusados
já havia deixado Rio Branco.
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