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Setor recebe recusa por ser "inviável"
da Agência Folha, em Londrina
O empresário Josevan Ferreira
Tomás, 39, e mais três sócios tiveram que bancar com recursos
próprios R$ 2 milhões para a instalação de um abatedouro de aves
em Jaguapitã. Segundo Tomás, o
BNDES considerou o setor "inviável" para justificar a negativa
de financiamento.
O empresário disse que os sócios reivindicaram, no final do
ano passado, R$ 600 mil para viabilizar a implantação do abatedouro. "Fomos recebidos pela direção do banco, tomamos um cafezinho, mas ficou nisso."
Com capacidade para abater
4.000 frangos/hora, o frigorífico
funciona há 40 dias e emprega 80
funcionários. Em três meses, o
objetivo é manter uma produção
diária de 10.000 frangos abatidos,
"o que irá elevar o número de empregados para 120", afirmou Tomás. Ele não informou a previsão
de faturamento.
O empresário disse que está tentando um novo financiamento
para instalar uma graxaria (para
aproveitamento de vísceras e penas das aves) no abatedouro. Serão necessários mais R$ 200 mil
para o projeto.
Ele continua com dificuldades
para receber crédito do BNDES.
"É irônico. Antes afirmavam que
não tínhamos garantia para o valor solicitado (R$ 600 mil). Agora
dizem (o BNDES) que só financiam acima de R$ 800 mil."
Cooperativa
Não são apenas os pequenos
que não conseguem acesso às linhas do banco. A Corol (Cooperativa Agrícola de Rolândia), de
Rolândia (norte do Paraná), é
uma das mais sólidas cooperativas do Paraná e também foi rechaçada pelo BNDES.
Com 3.500 filiados, 1.050 empregados e um faturamento previsto para este ano de R$ 200 milhões, a Corol teve um pedido de
financiamento, para sua indústria
de sucos de laranja, considerado
inviável pelo banco.
"As restrições são grandes. Hoje
usamos recursos do BNDES, por
meio de outros agentes financeiros, apenas para pequenos financiamentos", afirmou Eliseu de
Paula, 53, presidente da Corol.
De Paula reclama ainda uma especial atenção do governo federal
para os negócios agrícolas. "Temos vários projetos de investimentos, mas em termos nacionais falta uma linha adequada de
crédito a longo prazo, com a carência inicial de pelos menos cinco anos que o setor requer."
A Corol atua nos setores de
grãos, laranja, café, leite, açúcar,
mandioca e co-geração de energia
elétrica.
Em todos estes segmentos existem planos de expansão. A cooperativa pretende também atuar no
setor de carnes.
De Paula disse que está reivindicado R$ 32 milhões do Recop
(plano de Revitalização do Cooperativismo Brasileiro) para esses
investimentos.
"O problema é que, assim como
nos financiamentos do BNDES,
existe muita propaganda oficial,
muita política e análise, mas pouca ação concreta", declarou o empresário.
(JOSÉ MASCHIO)
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