São Paulo, quarta-feira, 26 de setembro de 2001

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SUCESSÃO NO ESCURO

"Os números vêm se repetindo, o que mostra que o nome de Roseana está consolidado", diz governador

Roseana já é uma realidade, afirma Tasso

KAMILA FERNANDES
DA AGÊNCIA FOLHA, EM NOVA JAGUARIBARA

"Roseana (Sarney) é uma realidade, não uma promessa", disse ontem o governador do Ceará, Tasso Jereissati, sobre uma possível candidatura da governadora do Maranhão à Presidência.
Segundo pesquisa Datafolha publicada no domingo, Roseana Sarney (PFL) está em segundo lugar na preferência dos eleitores, empatada tecnicamente com os presidenciáveis Ciro Gomes (PPS) e Itamar Franco (PMDB). "Os números vêm se repetindo, o que mostra que o nome de Roseana está consolidado", disse Tasso.
A consolidação de Roseana beneficia o governador cearense e poderá ser fundamental para a definição da candidatura de Tasso à Presidência. Tasso, do PSDB, tem uma grande afinidade com o PFL, diferentemente do que acontece com seu principal rival no partido, o ministro José Serra (Saúde), mais próximo do PMDB.
Caso o PFL consiga manter o nome de Roseana forte no cenário nacional, terá um grande poder de barganha para manter a vice-presidência. A composição mais natural, desta forma, seria uma chapa formada por Tasso, como candidato a presidente, e Roseana, a vice. Outro pefelista que incentiva essa formação é o ex-senador Antonio Carlos Magalhães.
Tasso vem afirmando reiteradamente que o candidato do PSDB não será uma escolha pessoal do presidente Fernando Henrique Cardoso. Em agosto, ele afirmou que a definição do candidato do PSDB não será feita com base em "escolha pessoal, do coração, do momento ou mesmo da vontade de uma pessoa, o presidente Fernando Henrique Cardoso". Em setembro, o governador afirmou que o Planalto estava cometendo "erros grosseiros", entre os quais a tentativa de FHC de "tirar um candidato da cartola".
Ontem, questionado se Roseana seria uma boa vice, Tasso sorriu e não respondeu. Mas interlocutores próximos a ele afirmam que o governador é o principal incentivador de Roseana. Há cerca de um mês, Tasso a visitou no Maranhão e, frequentemente, os dois mantêm conversas telefônicas.
Na pesquisa do Datafolha em que aparece como o candidato governista, Tasso tem apenas 3% dos votos. Serra obtém 7%.
Tasso disse ainda que a provável perda de apoio do governo paulista não é um problema. Mário Covas, o ex-governador morto em março deste ano, apoiava Tasso. O atual governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, tende a ficar com o ministro da Saúde. "É natural que cada um dentro do partido mostre suas tendências. Ninguém é obrigado a apoiar ninguém", afirmou Tasso.

Palanque
Tasso fez as declarações durante a inauguração do município de Nova Jaguaribara, a 250 km de Fortaleza. A cidade é totalmente planejada e está sendo chamada de Brasília do Ceará.
O município, que custou R$ 71 milhões aos cofres do governo do Estado, foi construído para substituir outra cidade, Jaguaribara, que será inundada pelas águas do açude Castanhão, ainda em construção. O açude -com um gasto total previsto em R$ 250 milhões- tem verbas do governo federal e estadual.
Tasso teve uma agenda de candidato: deu entrevista para uma rede formada por 12 emissoras de rádio, que levaram sua voz para todo o Estado do Ceará, se reuniu com prefeitos e secretários municipais da região, participou de missa campal no centro da cidade e assistiu show do cantor cearense Fagner, com direito a discurso.



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