|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
SUCESSÃO NO ESCURO
"Os números vêm se repetindo, o que mostra que o nome de Roseana está consolidado", diz governador
Roseana já é uma realidade, afirma Tasso
KAMILA FERNANDES
DA AGÊNCIA FOLHA, EM NOVA JAGUARIBARA
"Roseana (Sarney) é uma realidade, não uma promessa", disse
ontem o governador do Ceará,
Tasso Jereissati, sobre uma possível candidatura da governadora
do Maranhão à Presidência.
Segundo pesquisa Datafolha
publicada no domingo, Roseana
Sarney (PFL) está em segundo lugar na preferência dos eleitores,
empatada tecnicamente com os
presidenciáveis Ciro Gomes
(PPS) e Itamar Franco (PMDB).
"Os números vêm se repetindo, o
que mostra que o nome de Roseana está consolidado", disse Tasso.
A consolidação de Roseana beneficia o governador cearense e
poderá ser fundamental para a
definição da candidatura de Tasso
à Presidência. Tasso, do PSDB,
tem uma grande afinidade com o
PFL, diferentemente do que acontece com seu principal rival no
partido, o ministro José Serra
(Saúde), mais próximo do PMDB.
Caso o PFL consiga manter o
nome de Roseana forte no cenário
nacional, terá um grande poder
de barganha para manter a vice-presidência. A composição mais
natural, desta forma, seria uma
chapa formada por Tasso, como
candidato a presidente, e Roseana, a vice. Outro pefelista que incentiva essa formação é o ex-senador Antonio Carlos Magalhães.
Tasso vem afirmando reiteradamente que o candidato do PSDB
não será uma escolha pessoal do
presidente Fernando Henrique
Cardoso. Em agosto, ele afirmou
que a definição do candidato do
PSDB não será feita com base em
"escolha pessoal, do coração, do
momento ou mesmo da vontade
de uma pessoa, o presidente Fernando Henrique Cardoso". Em
setembro, o governador afirmou
que o Planalto estava cometendo
"erros grosseiros", entre os quais
a tentativa de FHC de "tirar um
candidato da cartola".
Ontem, questionado se Roseana
seria uma boa vice, Tasso sorriu e
não respondeu. Mas interlocutores próximos a ele afirmam que o
governador é o principal incentivador de Roseana. Há cerca de
um mês, Tasso a visitou no Maranhão e, frequentemente, os dois
mantêm conversas telefônicas.
Na pesquisa do Datafolha em
que aparece como o candidato
governista, Tasso tem apenas 3%
dos votos. Serra obtém 7%.
Tasso disse ainda que a provável
perda de apoio do governo paulista não é um problema. Mário Covas, o ex-governador morto em
março deste ano, apoiava Tasso.
O atual governador de São Paulo,
Geraldo Alckmin, tende a ficar
com o ministro da Saúde. "É natural que cada um dentro do partido mostre suas tendências. Ninguém é obrigado a apoiar ninguém", afirmou Tasso.
Palanque
Tasso fez as declarações durante
a inauguração do município de
Nova Jaguaribara, a 250 km de
Fortaleza. A cidade é totalmente
planejada e está sendo chamada
de Brasília do Ceará.
O município, que custou R$ 71
milhões aos cofres do governo do
Estado, foi construído para substituir outra cidade, Jaguaribara,
que será inundada pelas águas do
açude Castanhão, ainda em construção. O açude -com um gasto
total previsto em R$ 250 milhões- tem verbas do governo
federal e estadual.
Tasso teve uma agenda de candidato: deu entrevista para uma
rede formada por 12 emissoras de
rádio, que levaram sua voz para
todo o Estado do Ceará, se reuniu
com prefeitos e secretários municipais da região, participou de
missa campal no centro da cidade
e assistiu show do cantor cearense
Fagner, com direito a discurso.
Texto Anterior: TCU diz que há 121 obras com irregularidades Próximo Texto: Pefelista é a mais bem colocada da base governista Índice
|