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GOVERNO
Após eleição, sucessor terá equipe de 50 pessoas pagas com recursos públicos
Parente antecipa aos EUA programa para transição
LEONARDO SOUZA
ENVIADO ESPECIAL A WASHINGTON
O Palácio do Planalto decidiu
apresentar seu programa de transição de governo, em primeira
mão, a autoridades americanas.
Batizado de Agenda 100, o plano
tem como objetivo repassar a
uma equipe indicada pelo presidente eleito todas as informações
relacionadas a ações ou decisões
importantes que o próximo governo terá de tomar nos cem primeiros dias de mandato.
Entre terça-feira e ontem, o ministro-chefe da Casa Civil, Pedro
Parente, encontrou-se em Wa-
shington (EUA) com o vice-chefe
da Casa Civil do governo norte-americano, Joshua Bolten, com o
subsecretário de Assuntos Econômicos, Alan Larson, e com Richard Hass, diretor do escritório
de Planejamento Político do Departamento de Estado.
Segundo Parente, o motivo da
viagem foi aprender com experiências de transição de governo,
como a do México e a do Chile, e
"apresentar o que nós estamos fazendo para garantir uma transição o mais tranquila possível".
Além das autoridades, Parente
também conversou com acadêmicos especializados em transições de governo.
"Com essas três autoridades do
governo [do presidente George
W.] Bush, o que nós podemos
perceber é que eles se colocam de
maneira extremamente construtiva em relação ao Brasil, independentemente de quem seja o
presidente eleito", disse Parente.
Segundo ele, os integrantes da administração Bush expuseram a
experiência adquirida como a
equipe que assume o poder.
Equipe de transição
Para implantar a Agenda 100, o
presidente eleito contará com
uma equipe de 50 integrantes em
cargos seniores, que serão pagos
com recursos públicos. As instalações físicas para a equipe de transição já estarão prontas na semana que vem, segundo Parente.
De acordo com o ministro, tão
logo terminem as eleições, o presidente eleito poderá indicar os
membros da equipe de transição,
que serão empossados pelo atual
governo. Eles ficarão nos cargos
até dez dias após a posse do novo
presidente. Os gastos com a folha
de pagamento dos 50 membros
da equipe de transição ficarão em
R$ 300 mil, aproximadamente.
Decisões
Entre as decisões que o novo
presidente brasileiro terá de tomar logo no início de seu mandato está o processo de implantação
da Alca (Área de Livre Comércio
das Américas).
Em fevereiro de 2003, o governo
terá de apresentar aos outros países do hemisfério a fatia de seu
mercado que pretende oferecer
durante as negociações.
Segundo Parente, o governo vai
abrir informações de várias áreas
da administração federal. Ele não
acredita que a equipe do presidente eleito faça uso político dos
dados, mas reconhece que existe o
risco. "Para que a gente seja absolutamente transparente, a gente
tem que falar a situação real de cada um dos temas, e é óbvio que, se
a postura da equipe do presidente
eleito não for uma postura construtiva, eles podem pegar isso e
daí dizer: eu não falei", disse ele.
A lista de negociações e ações
contidas na Agenda 100 abrangem prazos legais, encontros internacionais e domésticos, vencimentos de contratos e a agenda
do Congresso.
Também serão apresentados à
equipe de transição todos os termos e jargões técnicos usados pelo governo federal. Todas as informações estarão disponíveis para a
equipe de transição numa rede interna de computador.
Para Parente, os esforços para
facilitar o processo de transição
podem ajudar a acalmar o mercado. "Então eu acho que, sem dúvida nenhuma, isso vai ajudar. E eu
acho que é mais uma razão para
que a gente veja o mercado se
acalmar", disse.
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