São Paulo, segunda-feira, 26 de setembro de 2005

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PAINEL

A mão invisível
Severino Cavalcanti (PP-PE) trabalha pela candidatura de Ciro Nogueira (PP-PI). Acha que, ainda que o aliado não vá ao segundo turno, terá mais de 100 votos, o que levará o governo a manter os cargos do grupo em troca do eventual apoio a Aldo Rebelo (PCdoB-AL).

Comentarista
"Vai ser muito difícil, está muito dividido e todos têm chance, mas a divisão favorece o Ciro", diz o ex-presidente da Câmara. Ele acha que quem tiver 120 votos irá ao segundo turno.

Efeito Temer
Atropelado pela candidatura de Nogueira, Francisco Dornelles (RJ) tem reclamado que foi usado pela cúpula do PP. Tem tido dificuldade de achar o presidente do partido, Pedro Corrêa (PE), que ainda não registrou sua candidatura.

Velha roupa colorida
José Thomaz Nonô (PFL-AL) evoca um "álibi" quando o culpam pela agressão a estudantes na Câmara, semana passada: diz que até hoje guarda uma foto em que aparece apanhando no congresso da UNE em Ibiúna.

Família unida
Olavo Calheiros (PMDB-AL) sai em defesa do irmão, o presidente do Senado, Renan Calheiros, acusado de tentar influir na disputa da Câmara: "Se fosse para eleger o Ciro Nogueira, era melhor deixar o Severino".

Tapetão
José Dirceu (PT-SP) tem avisado a membros do Conselho de Ética que pretende alegar o impedimento de Júlio Delgado (PPS-MG) para relatar seu processo de cassação.

Sob pressão
Os 16 acusados de envolvimento no mensalão pressionam o relator da comissão de sindicância, Robson Tuma (PFL-SP), a fazer pareceres separados. Se for assim, a conclusão não sai nesta semana.

Não bate
A Receita concluiu nova etapa do cruzamento das movimentações financeiras de investigados pela CPIs com seus sigilos fiscais. Há irregularidades nos casos de João Cláudio Genu, assessor do PP, Jacinto Lamas, ex-tesoureiro do PL, do deputado federal Vadão Gomes (PP-SP) e da corretora Guaranhuns.

Antes tarde...
Nesta semana, deve ser criada a subrelatoria de fundos de pensão da CPI dos Correios. ACM Neto (PFL-BA), que deve ser designado relator, apresentou um projeto que prevê parceria com a Bolsa de Valores e com a CVM para rastrear as operações dos fundos.

De olho no decoro
Deputados e senadores da CPI dos Correios forneceram frases para acompanhar o ensaio fotográfico da ex-assessora parlamentar Camila Amaral na revista "Playboy" de outubro. A maioria fez comentários comportados, mas houve até quem arriscasse uns versos.

Corrosão
Pesquisa feita pelo Ibope no Paraná entre os dias 7 e 12 mostra José Serra (PSDB) na frente do presidente Lula já no primeiro turno. O tucano aparece com 37% e o petista com 23%. O presidente fica à frente de Geraldo Alckmin e de FHC.

Sinal dos tempos
Em 2002, no primeiro turno, Lula bateu Serra no Paraná por 50% a 27%. Na segundo fase da disputa, a vitória do petista foi por 59% a 41%.

Katrina
Na plenária que o deputado federal Chico Alencar (PT-RJ) fez para decidir se permaneceria no PT ou se sairia, uma militante disse que ficaria no partido "como uma habitante de Nova Orleans, que não sai de sua casa mesmo sabendo que o furacão está chegando".

TIROTEIO

Do prefeito do Rio, Cesar Maia (PFL), sobre a entrevista de José Dirceu (PT) à Folha:
-Dirceu entregou o Lula. Aliás não tem feito outra coisa. Já disse que Delúbio não era do time dele. De quem é? Agora, não nega que o PT se comprometeu com os R$ 20 milhões do PTB. Mais que uma entrevista, foi uma delação não premiada.

CONTRAPONTO

Tudo resolvido

O deputado Francisco Dornelles (PP-RJ) era o braço-direito do tio, Tancredo Neves na curta experiência parlamentarista, em que o presidente, morto em 1985, foi primeiro-ministro, entre 1961 e 1962.
Jovem, Dornelles não escondia o orgulho de ostentar o cargo de secretário particular do Conselho de Ministros. Certa vez, num coquetel, foi apresentado a um certo Odilon Pessoa, que lhe entregou um cartão de visitas. Logo abaixo do nome, o posto: secretário particular do Conselho de Ministros.
Dornelles correu ao tio para reclamar. Tancredo reagiu:
-O cargo é seu ou não é?
-É. Mas ele tem até cartão!, respondeu o hoje deputado.
Tancredo resolveu a questão:
-Você está feliz porque é secretário. Ele está feliz porque pensa que é. Então, deixa pra lá. Ah, e nem pensar em mandar fazer cartão.


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