São Paulo, terça-feira, 26 de setembro de 2006

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ELEIÇÕES 2006 / PRESIDÊNCIA

Lula diz que é prejudicado pela imprensa

DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva se queixou ontem do tratamento dado a ele pela imprensa. Comparando com o tratamento dado ao governo anterior, do tucano Fernando Henrique Cardoso, Lula se disse prejudicado: "Se a nossa querida imprensa brasileira houvesse tido comigo a condescendência que teve com FHC, eu teria 70% dos votos", disse.
O presidente, que participou do comício de encerramento do campanha petista em Porto Alegre, no qual estiveram presentes cerca de 10 mil pessoas, começou seu discurso -de 40 minutos- cumprimentando as autoridades e a imprensa. Disse que esse cumprimento mostrava o quanto ele está tranqüilo. No seu discurso, Lula voltou a se comparar com os ex-presidentes Getúlio Vargas, Juscelino Kubitschek e João Goulart.
Sobre Getúlio, ele lembrou a crise política pela qual o presidente passou antes de se suicidar. Já sobre JK, disse que ele foi acusado de "ladrão" e teve o seu reconhecimento 50 anos depois. A respeito de Jango, lembrou que ele foi derrubado pelo golpe militar de 1964.
Referindo-se a crise do dossiê contra tucanos, Lula disse que quer que a Polícia Federal investigue a fundo e chegue à "verdade". Ressalvou que essa tem sido a atitude da PF durante o seu governo.
"Mas quero saber também saber o que há dentro daquele dossiê", disse Lula, sendo aplaudido neste momento. Ainda falando sobre a crise do dossiê, Lula fez uma referência a seus adversários: "Eles que elevem o nível do debate". Antes do comício, o candidato petista vistoriou as obras dos Centro de Excelência e Tecnologia Eletrônica Avançada, que se tornará a primeira fábrica de circuitos integrados do Brasil.
O ministro Tarso Genro (Relações Institucionais) voltou a defender um grande acordo com os outros partidos caso Lula seja reeleito. Mais cedo, como presidente, Lula foi ao lançamento da pedra fundamental das obras de ampliação de uma usina termelétrica por meio de capital chinês em Candiota (RS).
Numa fala de improviso na sede da usina, Lula disse que o Rio Grande do Sul esteve abandonado nos últimos anos. "A minha preocupação com o Rio Grande do Sul é talvez a maior de todos os Estados." Entre os gaúchos, a rejeição a Lula cresceu nos últimos meses por conta das crises na agricultura e em setores como o calçadista e o moveleiro.


Colaborou EDUARDO SCOLESE, enviado especial a Candiota (RS)

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