São Paulo, terça-feira, 26 de setembro de 2006

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"O Maranhão tem quatro senadores, e o Amapá, dois", afirma a rival de senador

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

FOLHA - Quem é a senhora?
CRISTINA ALMEIDA -
Sou filha de agricultores do município de Itaubal, tenho sete irmãos e mais seis adotivos. Sou uma das menores, já nasci em Macapá. Sempre estudei em escola pública. Me formei em administração em Belém, voltei, fiz o primeiro concurso que apareceu e passei, virei policial militar em 1989. Depois, fiz outro concurso, larguei a farda e hoje sou administradora legislativa da Assembléia Legislativa.

FOLHA - É sua primeira eleição?
CRISTINA -
É, é a primeira vez que concorro, mas sou militante do PSB há mais de seis anos e sempre assessorei políticos. Fui logo para um cargo majoritário porque sempre me angustiei, como amapaense, em saber que todas as unidades da Federação têm três senadores, menos o meu Estado. O Maranhão tem quatro senadores, e o Amapá, dois. A seção feminina do meu partido foi muito atuante, me escolheu, e o partido decidiu lançar um candidato majoritário do sexo masculino, para o governo, e outro do sexo feminino, para o Senado, que fui eu. Foi o grande motivo.

FOLHA - Não é uma disputa inglória, contra um ex-presidente?
CRISTINA -
Estou muito confiante desde o início, porque comecei a perceber um crescimento muito rápido, que me deu estímulo dentro e fora do partido. E um fator muito importante é o índice de rejeição do meu adversário, porque ele, em vez de trazer benefícios para cá, leva para o Maranhão.

FOLHA - Não é o que ele diz. E a universidade federal, a ponte binacional, a energia elétrica?
CRISTINA -
A Universidade Federal do Amapá já existe há 16 anos, mas nós só temos 14 cursos de graduação, e dois são recentes, porque um senador que está há anos lá em Brasília só conseguiu ampliar dois cursos. Por que não ampliar um curso por ano? Nós somos um dos Estados mais preservados do Norte, mas cadê um curso de engenharia florestal? Temos muito minério, cadê o curso de geologia? Cadê o curso de medicina? No Estado de Roraima, criado no mesmo dia do Amapá, eles têm uns 30 cursos. E eles não tiveram um ex-presidente lá. Nós somos um Estado isolado, onde você só entra e sai de navio ou de avião. Isso dificulta muito a vinda de indústrias para cá. Nós precisamos de um porto de grande porte. Você acredita nisso? Tudo vai para o Maranhão.

FOLHA - Daí esse movimento "Xô, Sarney" na internet?
CRISTINA -
Quando as pessoas dizem isso, "fora Sarney", "volta pra casa", principalmente nos comícios, eu critico e digo o contrário: "Não, o Sarney nunca veio aqui, ele já é de fora". Queremos é respeito ao Estado.

FOLHA - Seus ídolos na política?
CRISTINA -
Na política nacional, sempre tive o sonho de colocar o Lula na Presidência. Como mulher guerreira da Amazônia, temos a Marina Silva, e aqui no Estado temos o nosso grande líder que é o João Capiberibe, candidato a governador.

FOLHA - O Sarney é um dos aliados mais de Lula em Brasília. Como é que vocês dividem o Lula no Estado?
CRISTINA -
O partido recebeu aqui no Amapá o coordenador geral da campanha do Lula para a região Norte, o governador do Acre, Jorge Viana, que veio prestar apoio ao nosso palanque. A gente entendeu a mensagem. Acho que o Lula não teve outra alternativa, mesmo sabendo de toda a trajetória do meu adversário. Só tenho a lamentar esse apoio do Lula a ele.

FOLHA - Essa crise do dossiê está interferindo no Amapá?
CRISTINA -
É impressionante como isso não chega aqui. Não conseguem enxergar o Lula metido nisso. Aqui, não afeta.

FOLHA - Como define Sarney?
CRISTINA -
Acho ele covarde pelo que tem feito no nosso Estado, impedindo que as pessoas se manifestem, decidam, escolham o que é melhor para elas.


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