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Governo do RS contratou empresa vinculada a presidente de estatal
TCE investiga se dirigente da Procergs usou cargo para facilitar contratação de companhia da qual era sócio
Segundo a "Veja", Ronei Ferrigolo é investigado por suposto recebimento de mesada de R$ 15 mil, paga pela Federasul; ele nega
GRACILIANO ROCHA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE
O governo gaúcho contratou
uma empresa ligada ao presidente da Procergs (estatal de
processamento de dados do Rio
Grande do Sul), Ronei Ferrigolo. O TCE (Tribunal de Contas
do Estado) apura se há irregularidades nos contratos do governo com a Processor Informática Ltda., empresa que teve
Ferrigolo como sócio e que começou a ser fornecedora do Estado depois que ele passou a ser
diretor da estatal.
A suspeita investigada pelo
tribunal é a de que o dirigente
tenha usado o cargo para facilitar a contratação da companhia, da qual foi sócio até 2002,
o que caracterizaria improbidade administrativa.
O TCE está realizando auditoria extraordinária na estatal.
No foco da devassa está uma licitação de 2002 para a contratação de R$ 1 milhão em produtos e serviços de tecnologia da
informação para a Procergs.
A Processor perdeu a disputa, mas acabou ficando com o
contrato após a ganhadora da
concorrência, a TBA Informática, desistir dele em acordo judicial em 2003, ano em que
Ferrigolo passou a ocupar, por
indicação do PMDB, uma das
diretorias da Procergs.
O contrato com a Procergs
foi a porta de entrada para a
Processor se tornar uma das
principais fornecedoras de tecnologia da informação para o
governo gaúcho.
Segundo a Folha apurou, pelo menos dez secretarias e empresas estatais contrataram a
Processor desde 2004, sem licitação, tendo como referência
os valores do contrato com a
Procergs. O TCE ainda não sabe quanto a empresa faturou.
Em março de 2007, Ferrigolo foi exonerado do cargo de diretor de desenvolvimento, mas
voltou à Procergs em setembro, como presidente.
Suposta mesada
Ferrigolo também está sendo
investigado pelo Ministério
Público Estadual e pela PGE
(Procuradoria Geral do Estado)
por supostamente ter recebido
mesada de R$ 15 mil da Federasul (Federação das Associações
Comerciais do RS).
O dinheiro seria uma espécie
de "complemento salarial",
afirma reportagem da revista
"Veja". O secretário de Governo, Erik Camarano, segundo a
revista, também receberia um
salário "por fora" de empresários. Ambos negam.
Ontem, o secretário-adjunto
estadual da Fazenda, Ricardo
Englert, disse que a permanência de Ferrigolo no governo depende da análise da PGE. O governo prometeu demiti-lo se
for constatada irregularidade.
Ontem, Englert disse que, mesmo que não seja constatado
conflito de interesses, o governo pretende reunir o conselho
administrativo da Procergs para definir se Ferrigolo continua
no cargo.
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