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PSDB foi preconceituoso comigo, afirma Chalita
Vereador mais votado do país, ex-tucano diz
que nunca conseguiu ser recebido por Serra
Chalita vai se filiar na terça ao PSB, partido pelo qual Ciro Gomes busca concorrer à Presidência; plano de vereador é vaga no Senado
JOSÉ ALBERTO BOMBIG
DA REPORTAGEM LOCAL
Vereador mais votado de São
Paulo na eleição de 2008, o escritor e educador Gabriel Chalita afirma que deixou o PSDB
porque estava sem espaço no
partido e nem sequer conseguia conversar com o governador do Estado, José Serra.
Chalita se filiará ao PSB, da
base de apoio a Lula e do deputado federal e presidenciável
Ciro Gomes (CE), na terça-feira. Quer concorrer ao Senado:
FOLHA - Por que o sr. saiu do PSDB?
GABRIEL CHALITA - Na condição
de vereador mais votado do
Brasil, eu queria pelo menos ter
sido respeitado pelo partido.
Eu não fazia parte da Executiva
nem do Diretório. Nunca me
reuni com o governador Serra.
Fui tratado de uma forma preconceituosa no PSDB. Tenho
convicções e experiências de
sucesso de quando fui secretário da Educação de São Paulo
[2001-2006], como o programa
Escola da Família.
FOLHA - E por que o PSB?
CHALITA - O Eduardo Campos
[governador de Pernambuco
do PSB] é um fenômeno. Eu
gosto do Márcio França [deputado federal] e tenho fascínio
pela Luiza Erundina [deputada
federal]. Quando ela foi prefeita de São Paulo [1989-1992], colocou na educação o Paulo Freire [educador, 1921-1997] e nunca enriqueceu na política.
FOLHA - O sr. esteve com o ex-ministro José Dirceu (PT)?
CHALITA - Não tenho nada contra ele, mas nunca vi o José Dirceu pessoalmente na minha vida. Eu sempre tive uma boa relação com o PT. Não estou saindo para brigar com ninguém.
FOLHA - O sr. se dá bem com o Ciro?
CHALITA - Ele era um dos meus
modelos quando estava no
PSDB. Gosto muito. Ciro não
tem nada de desonestidade e
corrupção. Ele é combativo e
defende suas causas.
FOLHA - O sr. tentou avisar o Serra
de que estava deixando o partido?
CHALITA - Sim, mas todas as vezes que ele marcou comigo, ele
acabou postergando. Não quero fazer parte de uma campanha sem fazer parte de um projeto. Eu sinto uma carência de
projetos no PSDB. O Lula tem
um projeto claro para o Brasil.
FOLHA - Qual sua relação com a ministra Dilma Rousseff?
CHALITA - Ela é intransigente
na questão moral e, como o Ciro, tem a qualidade de ouvir as
pessoas. Um governante ególatra faz coisas imprevisíveis.
FOLHA - E como fica sua relação
com Geraldo Alckmin?
CHALITA - Do ponto de vista
pessoal, não muda nada. Fui
correto com ele, o procurei várias vezes para dizer que eu não
tinha espaço no PSDB.
FOLHA - O sr. não teme que o PSDB
tente retomar sua vaga na Câmara?
CHALITA - Espero que não, eu
ajudei o partido na eleição.
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