PAULO PEIXOTO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE

O governador de Minas Gerais, Itamar Franco (sem partido), disse ontem que o senador José Alencar (PL-MG), vice na chapa do PT, e Antônio Palocci Filho, um dos coordenadores da campanha de Luiz Inácio Lula da Silva, terão que "ajustar o pensamento" acerca da renegociação da dívida dos Estados.
Itamar, que é um dos principais padrinhos da candidatura Lula em Minas, segundo colégio eleitoral do país, e tem conversado muito com os petistas do comando nacional do partido, se referiu a Palocci como "futuro coordenador político" de Lula, se eleito.
O governador disse que o PT "precisa ficar atento" ao fato de ser Alencar o autor de um projeto que reduz de 13% para 5% o comprometimento das receitas estaduais com o pagamento mensal das dívidas com a União.
Itamar cobra urgência na negociação, pois alega que os Estados não suportam mais comprometer 13% das suas receitas, como é o caso de Minas. O governador citou comentário nesse sentido de Jarbas Vasconcelos (PMDB), governador reeleito de Pernambuco, e Rosinha Garotinho (PSB), governadora eleita do Rio.
Mas anteontem Palocci disse que tal renegociação com Estados e municípios só poderá ser feita no segundo ou terceiro ano de um eventual mandato de Lula.
"Ele (Palocci) vai ter que ajustar o pensamento de ordem econômica com o que pensa o senador, ou pensava -tenho certeza que ele mantém o pensamento- e o que pensa o futuro coordenador político do futuro presidente, se for o Lula", disse. E completou: "Acho que este ajuste é muito difícil durante o processo eleitoral, porque o candidato está andando, buscando votos e não tem tempo para fazer uma reflexão".
Essa renegociação é uma das principais bandeiras do governador eleito de Minas, Aécio Neves (PSDB), que foi apoiado por Itamar. Aécio, que diz que trabalhará pela governabilidade de um governo Lula, espera que o petista faça essa renegociação.


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