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São Paulo, domingo, 26 de outubro de 2003

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Em campanha, prefeito divide "expediente"

DA REDAÇÃO

"Depois do almoço", entre 1h e 2h da tarde, o prefeito Eugênio Rabêlo, 50, deixa seu gabinete em Ibicuitinga (CE) e percorre 36 km até Morada Nova, cidade onde vai se candidatar a prefeito em 2004.
A "divisão do expediente" -o trabalho na Prefeitura de Ibicuitinga é de oito horas- acontece todos os dias desde que Rabêlo, prefeito pela segunda vez, decidiu transferir seu domicílio eleitoral para a cidade vizinha.
A campanha do ano que vem já está em pleno vapor. "Estou dividindo meu tempo. Visito as lideranças, as famílias, os pré-candidatos. Volto só para dormir em Ibicuitinga. O povo tem de conhecer minha proposta", diz.
O prefeito, reeleito pelo PSD (que se fundiu ao PTB), deixou o partido e fundou o PP em Morada Nova. Em 3 de outubro, ele entregou ficha de cerca de 30 filiados ao recém-criado partido, que, coligado com o PV, será sua base de apoio na nova cidade.
A mudança de Rabêlo e a fundação relâmpago de dois partidos (ele também articulou a criação do PV) têm causado protestos.
"A oposição fica falando no rádio que eu não posso me candidatar, mas tenho na mão jurisprudências dizendo que o que fiz é permitido", afirmou Rabêlo.
O prefeito é natural de Morada Nova (75.000 habitantes), mas diz sempre ter mantido residência nas duas cidades. Ibicuitinga (9.000 habitantes) se emancipou de Morada Nova em 1988.
O que o credencia para a disputa, segundo ele, é a boa administração na cidade vizinha.
"Vim me candidatar para lutar contra as oligarquias. O povo está cansado", diz ele, que não quer perder a influência em Ibicuitinga. Seu atual vice vai ser o candidato a prefeito na cidade.

"Bem nas pesquisas"
O prefeito de Manacapuru (AM), Angelus Figueira, diz que fez a mudança para o município de Iranduba baseado em sondagem eleitoral na cidade. "Apareci bem nas pesquisas, foi um apelo popular." "Só quem pode impedir uma candidatura é o voto popular. Quem faz boa administração tem que poder ser candidato." No Amazonas, outros três prefeitos transferiram seus domicílios eleitorais para cidade vizinhas.
(FLÁVIA MARREIRO)


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