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CCJ deve rejeitar recurso de petista para sustar processo de cassação
SILVIO NAVARRO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BRASÍLIA
A CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Câmara deverá
impor hoje mais uma derrota ao
ex-ministro José Dirceu, rejeitando um recurso que visa sustar seu
processo de cassação de mandato
no Conselho de Ética da Casa.
Sem o apoio do Palácio do Planalto, que recomendou a não interferência no caso, Dirceu dificilmente conseguirá reverter a
maioria costurada pela oposição
para vetar o relatório do deputado
Darci Coelho (PP-TO), favorável
à paralisação do processo.
Nas contas da oposição, apesar
de os partidos governistas terem
maioria na comissão, Dirceu não
terá o apoio integral das bancadas
aliadas e somaria de 15 a 17 votos
para um quórum previsto de 50
deputados na sessão (a comissão
é composta de 61 integrantes). O
restante votaria contra o relatório.
Preocupada com uma possível
manobra do governo para "salvar" Dirceu, a oposição passou o
dia contabilizando votos e negociando eventuais trocas de titulares por suplentes para assegurar
uma margem segura de votação.
Pela manhã, alguns oposicionistas chegaram a anunciar que
trabalhavam para obstruir a sessão da comissão, mas o discurso
mudou ao longo do dia após o deputado Antonio Carlos Magalhães Neto (PFL-BA) anunciar
que o placar ficaria em 35 a 15.
"Se for jogo limpo vamos votar
amanhã [hoje]", disse ACM Neto.
"Ele está derrotado", completou.
Além do pefelista, o presidente
do Conselho de Ética, Ricardo
Izar (PTB-SP), e o relator do processo contra o petista no conselho, Júlio Delgado (PSB-MG), articularam ontem para convencer
os integrantes dos seus partidos
na CCJ a rejeitarem o parecer que
favorece Dirceu. A tendência é
que o ex-ministro tenha 9 votos
do PT, 1 do PC do B, e de 5 a 7 entre os demais aliados. O único voto contrário do grupo petista deverá ser o do presidente da CCJ,
Antonio Carlos Biscaia (PT-SP).
Entre os partidos aliados, a situação mais adversa contra Dirceu está no PMDB. Pelo menos 5
dos 8 membros peemedebistas na
comissão admitem que votarão
contra o relatório. Sobre a votação, Dirceu disse apenas que "a
expectativa é boa, e que só precisa
ver se vai votar mesmo".
Ontem, os deputados Luiz
Eduardo Greenhalgh (PT-SP) e
José Eduardo Cardozo (PT-SP),
que integram a CCJ, estiveram
reunidos com o coordenador político do governo, ministro Jaques
Wagner, que teria recomendado
que os petistas não se envolvessem para frear o processo.
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