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Roseana já acena para o PMDB e corteja aliados
MALU DELGADO
DA REPORTAGEM LOCAL
Pressionada pela direção do
PFL após declarar apoio ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a senadora Roseana Sarney,
candidata ao governo do Maranhão, já tem a sua filiação encaminhada no PMDB.
Roseana pretende levar para
a legenda antigos aliados, como
o senador Edison Lobão (PFL-MA) e Epitácio Cafeteira (PTB-MA), eleito senador.
O deputado Zequinha Sarney
(MA) deve deixar o PV, que não
ultrapassou a cláusula de barreira, e também cogita filiar-se
ao PMDB.
A aliança entre Roseana e
Lula, que anteontem dividiram
o palanque no Estado da senadora, também enfrentou resistência explícita de parte da cúpula do PT.
O presidente Lula, no entanto, revela que sua preocupação
primordial para um eventual
segundo mandato é a construção da maioria no Congresso, o
que garantiria ao novo governo
as condições necessárias para a
administrar.
Lula passou a telefonar diretamente para aliados e possíveis colaboradores, sobretudo
depois do segundo turno.
Aconselhado pela ala governista do PMDB, Lula recebeu, inclusive, uma lista de nomes de
lideranças do partido para as
quais deveria dedicar atenção
especial. Os nomes foram selecionados pelo presidente do
Senado, Renan Calheiros.
Ao longo do mandato, Lula
resistiu a fazer contatos diretamente. Mas foi criticado por interlocutores mais próximos
por, por exemplo, não ter interferido diretamente na eleição
para a presidência da Câmara.
Os aliados repetiam a Lula que
Fernando Henrique Cardoso
sempre afagou os egos de seus
futuros aliados, o que rendeu
bons frutos. A necessidade de
atrair o apoio das lideranças do
PMDB alterou tal comportamento.
Na avaliação de aliados do
presidente, a garantia de governabilidade é o primeiro sinal
que ele deve apresentar para
investidores e o sistema financeiro, se reeleito. Somente com
o apoio do PMDB e de setores
da oposição Lula conseguirá
aprovar as reformas política,
tributária e previdenciária.
Lula disse a dirigentes do
PMDB que está disposto a explicar ao PT a necessidade de
abrir espaços para outras legendas num próximo mandato.
Fará isso gradualmente, enquanto busca ampliar o leque
de aliados peemedebistas.
As preocupações imediatas
de Lula são duas: as presidências do PMDB e do PT. O presidente do PMDB, Michel Temer, apoiou Geraldo Alckmin.
Mas tem conversado com Renan Calheiros. A idéia dos aliados de Lula é que as negociações com o PMDB para a formação de um próximo governo
seja feita por uma espécie de
"comissão de notáveis" do partido, incluindo Temer.
No PT, o desafio é encontrar
uma fórmula para mudar definitivamente a presidência e o
diretório, reduzindo o poder do
grupo paulista.
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