|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
ELEIÇÕES 2006 / PRESIDÊNCIA
TSE eleva limite de gastos de campanhas de petista e tucano
Teto de despesas de Lula passa de R$ 89 milhões para R$ 115 milhões; gasto máximo de Alckmin sobe de R$ 85 milhões para R$ 95 milhões
Ministro chegou a negar pedido do PSDB para rever valor fixado no 1º turno, mas recuou após tribunal acatar solicitação do PT
SILVANA DE FREITAS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O TSE (Tribunal Superior
Eleitoral) aumentou os limites
de despesas das campanhas do
presidente Luiz Inácio Lula da
Silva (PT), de R$ 89 milhões para R$ 115 milhões, e de Geraldo
Alckmin (PSDB), de R$ 85 milhões para R$ 95 milhões.
Inicialmente, o ministro do
TSE José Delgado negara o pedido do tucano, em decisão individual, anteontem à tarde.
Horas depois, o plenário do tribunal aprovou por unanimidade um pedido de Lula com base
no voto do ministro Gerardo
Grossi, que levou em conta gastos a mais no segundo turno.
Diante da contradição, os advogados de Alckmin entraram
ontem à tarde com um recurso
pedindo que Delgado revisse a
sua decisão. No início da noite,
o ministro reconheceu a necessidade de tratamento isonômico e voltou atrás.
No recurso, o tucano afirmou: "Há, na circunstância,
uma grave e direta violação do
princípio constitucional da isonomia, pois em situações jurídicas absolutamente iguais
houve, de maneira insofismável, tratamento absolutamente
desigual".
Antes de Delgado rever a sua
decisão, o presidente do TSE,
ministro Marco Aurélio de Mello, admitiu a necessidade de
correção. "Houve um descompasso. Aprovamos a majoração
dos gastos do candidato presidente no segundo turno, e o relator [do pedido do tucano] indeferiu até gastos menores do
candidato opositor. Vamos ter
de corrigir isso mais adiante."
Anteontem à noite, ao julgar
o pedido de aumento de gastos
de Lula, Grossi disse que o segundo turno implica gastos extras, e os outros ministros concordaram com a tese. Ficou então estabelecido que cada turno
poderá ser considerado como
uma eleição.
Já Delgado, em sua primeira
decisão sobre Alckmin, afirmou que a resolução do TSE sobre arrecadação e gastos de
campanha não prevê a possibilidade de alteração do valor máximo declarado no momento
do registro da candidatura.
No julgamento do caso de
Lula, ele mudou o seu entendimento após o voto de Grossi e
aceitou o aumento do teto da
campanha petista.
Pela Lei Eleitoral (nº 9.504),
o teto é fixado no início da campanha, e o candidato que gastar
mais do que o máximo declarado pagará multa de cinco a dez
vezes a quantia em excesso.
Além disso, ela também admite
que ele seja processado por
abuso de poder econômico, cuja pena extrema é a cassação do
mandato.
Se atingir o novo limite, Lula
irá gastar mais do triplo dos R$
33,7 milhões de despesas efetivamente declaradas após a eleição de 2002, quando também
houve dois turnos para presidente.
Da mesma forma, o teto pretendido por Alckmin, de R$ 95
milhões, é quase o triplo dos R$
34,4 milhões da prestação de
contas do presidenciável do
PSDB em 2002, José Serra.
Texto Anterior: Alckmin vai a Manaus e tenta desfazer "boataria" Próximo Texto: Foco: Petista afirma que abriu Palácio do Planalto para sociedade marginalizada Índice
|