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PF prende 32 funcionários da Funasa suspeitos de fraude
Polícia sustenta que quadrilha causou um prejuízo de R$ 34 milhões ao erário
Segundo a PF, grupo era liderado pelo coordenador da Funasa em Roraima; na ação foram apreendidos documentos e R$ 1,3 milhão
JOSÉ EDUARDO RONDON
DA AGÊNCIA FOLHA
KÁTIA BRASIL
DA AGÊNCIA FOLHA, EM MANAUS
Trinta e duas pessoas foram
presas ontem nos Estados de
Roraima, Amazonas e Paraná
sob suspeita de integrar uma
organização criminosa que
fraudava processos licitatórios
da Funasa (Fundação Nacional
de Saúde). Investigações da Polícia Federal indicam que o grupo causou um prejuízo de R$ 34
milhões aos cofres públicos.
Entre os presos estão servidores da fundação e sócios e administradores de empresas licitantes. A maior parte das prisões ocorreu em Boa Vista
(RR): 25. Foi preso o coordenador regional da Funasa em Roraima, Ramiro Teixeira, apontado pela PF como o chefe do
grupo. A reportagem não conseguiu localizar um advogado
dele até a noite de ontem.
Segundo a PF, dos 25 presos
em Boa Vista, ao menos 16 são
servidores. Na sede da Funasa
na capital de Roraima a polícia
apreendeu documentos, computadores e notas fiscais. Segundo as investigações, iniciadas em 2006, as fraudes ocorriam há cerca de três anos em
licitações de serviços de transporte em táxi aéreo, contratação de obras de engenharia e
aquisição de medicamentos.
"Fraudavam as licitações de
diversas maneiras. Desde a publicação do edital, ao qual não
era dada a publicidade devida.
Os preços eram acima do mercado. Havia um acordo de
quem seria o vencedor. Depois
o vencedor, com os lucros da
assinatura do contrato, dividia
com os outros licitantes e servidores", disse o delegado Alexandre Ramagem, que comandou a Operação Metástase.
Ramagem declarou que houve pagamento de serviços não
realizados e superfaturados.
Além das prisões, a PF apreendeu R$ 1,3 milhão em Boa Vista.
O secretário da Saúde de Boa
Vista, Namis Levino Filho, teve
mandado de prisão determinado pela Justiça Federal. Ele não
foi preso por estar em viagem a
Brasília. Por telefone, o secretário se disse "surpreso" com a
acusação e afirmou que voltaria
para prestar esclarecimentos.
Em Curitiba (PR) cinco pessoas foram presas. O principal
suspeito de envolvimento no
esquema no Paraná é o empresário Hissan Hussein Dehaine,
conhecido como Saddam, que
foi preso em Araucária (região
metropolitana de Curitiba) ontem pela manhã. Ele é suspeito
de participar das licitações
fraudadas da Funasa fornecendo aeronaves para o atendimento de saúde em Roraima. A
reportagem não conseguiu localizar um advogado dele.
Em Manaus (AM) foram presos dois empresários, Antônio
Picão Neto e Geraldo Luiz Picão, sócios da empresa de táxi
aéreo Amazonave.
O advogado dos empresários,
José Alberto Simonetti, disse
que só comentaria as prisões
após ter acesso às acusações.
Ontem, após sair da sala de depoimento, Picão agrediu uma
repórter-fotográfica que teve
hematomas e arranhões no
rosto.
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