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São Paulo
Kassab pode superar a vitória de Serra em 2004
Prefeito tem 60% dos votos válidos contra 40% de Marta; candidato pode ter acréscimo de 1,66 mi de votos sobre resultado do 1º turno
Nos votos totais, democrata tem 54%, contra 36% da petista; a diferença não se alterou, em comparação com Datafolha anterior
RANIER BRAGON
EM SÃO PAULO
Gilberto Kassab (DEM), 48,
deve se tornar hoje o primeiro
prefeito reeleito da história
moderna de São Paulo, aponta
pesquisa Datafolha concluída
ontem.
Com 60% das intenções de
votos válidos, 20 pontos percentuais a mais do que Marta
Suplicy (PT), que tem 40%, o
democrata alcança a perspectiva de obter vitória superior à de
José Serra (PSDB), que em
2004 derrotou Marta com
54,9% dos votos válidos (exceto
brancos e nulos).
Kassab também tende a receber votação 1,66 milhão superior que a do primeiro turno
-26 pontos percentuais a mais.
Marta alcançaria, pela pesquisa, sete pontos a mais (cerca
de 450 mil votos "extras"). A diferença entre os dois não se alterou em relação à pesquisa anterior, feita terça e quarta.
Se considerados os votos totais, o prefeito soma 54%, contra 36% da petista. Indecisos
são apenas 4%.
A pesquisa mostra que Kassab herdou, no segundo turno,
a maioria dos votos que, no dia
5, haviam sido dados aos principais candidatos derrotados
-76% do eleitorado de Geraldo
Alckmin (PSDB), 68% do de
Paulo Maluf (PP) e 43% do de
Soninha Francine (PPS). Com
isso, largou com uma dianteira,
em relação a Marta, que nunca
foi inferior a 18 pontos percentuais de votos válidos.
Na pesquisa, o instituto ouviu 5.086 pessoas entre sexta-feira e ontem, com margem de
erro de dois pontos percentuais, para mais ou para menos.
Debate
Entre a pesquisa de quarta e
a de ontem, foi realizado o último debate entre os candidatos,
na TV Globo, sexta à noite. Dos
eleitores que assistiram ao confronto, 52% disseram que Kassab venceu, contra 30% que
consideraram melhor o desempenho de Marta.
Kassab assumiu a prefeitura
às 17h37 de 31 em março de
2006, após 15 meses de gestão
de Serra, que renunciou ao cargo para iniciar a vitoriosa campanha ao governo do Estado.
Como prefeito, o democrata
deu continuidade à administração tucana e iniciou a atual disputa em terceiro, com apenas
13% das intenções de voto,
atrás de Marta e de Alckmin,
que se lançou contra a vontade
da ala de seu partido ligada ao
governador Serra.
Kassab conseguiu, na pré-campanha, fechar acordo com
o PMDB de Orestes Quércia, o
que lhe assegurou o maior tempo de TV e rádio no horário
eleitoral e a possibilidade -amparada por uma propaganda
considerada muito eficiente até
pelos adversários- de crescer
continuamente.
Do início do horário eleitoral,
no final de agosto, até a abertura das urnas, no dia 5, Kassab
atropelou Alckmin e desbancou Marta, encerrando o primeiro turno na frente -33,6%
contra 32,8%.
A petista iniciou a segunda
etapa com uma estratégia de
associar Kassab a Celso Pitta
(1997-2000), de quem o democrata foi secretário de Planejamento. No dia 12, entrou no ar o
polêmico comercial em que se
questionava o passado político
de Kassab e sua vida pessoal: "É
casado, tem filhos?"
Diante da repercussão, Marta defendeu a propaganda, afirmando que não havia ali insinuações sobre homossexualismo e que a interpretação da imprensa havia sido absurda. Mas
em um dos debates, ensaiou
um mea-culpa: "Sinto que tenha molestado o candidato".
A pesquisa Datafolha mostra
que, em relação às regiões de
São Paulo, Marta só vence nos
extremos leste e sul. O prefeito
alcança suas maiores intenções
de voto entre os eleitores com
curso superior (75%) e renda
familiar mensal maior do que
dez salários mínimos (79%).
Marta se sai melhor entre os
com renda de até dois salários
mínimos (51%).
A possibilidade de reeleição
começou a vigorar no Brasil em
1998. De lá para cá, Pitta não
tentou novo mandato, em
2000, e Marta não conseguiu se
reeleger, em 2004.
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