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Com maior gasto por voto do país, PT deve levar São Bernardo após 20 anos
Custo da campanha foi de R$ 30 por eleitor; petistas também são favoritos em Guarulhos e Mauá
Partido pode perder Santo André para ex-azarão Aidan (PTB), que ganhou apoio de tucanos e kassabistas no 2º turno e agora lidera disputa
ADRIANO CEOLIN
EM SÃO PAULO
O PT é franco-favorito em
três das quatro cidades da
Grande São Paulo onde disputa
o segundo turno (excluindo-se
a capital). O partido, no entanto, corre risco de perder a eleição em Santo André, onde governa há 11 anos e cujos projetos já serviram de modelo administrativo para outras prefeituras e até mesmo para o governo federal.
Em São Bernardo do Campo,
Luiz Marinho (PT) deve derrotar Orlando Morando (PSDB) e
se consolidar como principal liderança petista na região do
ABC paulista. Há 20 anos o PT
não vence no município onde o
presidente Luiz Inácio Lula da
Silva tem residência e vota.
Orçada em R$ 15 milhões, a
campanha de Marinho é, em
termos proporcionais, a mais
cara do país, com gasto previsto
de R$ 30 por eleitor.
É também a campanha em
que o presidente Lula teve
maior participação. Ele foi a
três comícios de Marinho, a
uma carreata e fez três gravações de telemarketing.
Segundo pesquisa Ibope divulgada ontem pelo jornal
"Diário do Grande ABC", Marinho tem 61% dos votos válidos
contra 39% de Morando.
Ainda no ABC, o PT deve
vencer em Mauá, onde havia sido derrotado em 2004. Prefeito
entre 1997 e 2004, Oswaldo
Dias é favorito frente a Chiquinho do Zaíra (PSB). Também
segundo o Ibope, Dias tem 58%
dos válidos contra 42% de Chiquinho do Zaíra.
Em Guarulhos, maior município da Grande São Paulo depois da capital, o prefeito Elói
Pietá (PT) deve fazer seu sucessor: Sebastião Almeida (PT) é
favorito para vencer Carlos Roberto (PSDB). Ambos fizeram
campanhas caras, mas o tucano
disse gastar R$ 6 milhões do
próprio bolso.
Candidato-surpresa
Considerado azarão no começo da campanha, o candidato Aidan Ravin (PTB) virou
ameaça ao PT em Santo André
e recebeu nos últimos dias o
apoio de tucanos e kassabistas.
O objetivo é fincar no ABC uma
bandeira da candidatura de José Serra (PSDB) em 2010.
Na última semana de campanha, o secretário da Casa Civil
do governo Serra, Aloysio Nunes Ferreira, buscou se informar diariamente sobre a campanha em Santo André. "Ter
um aliado no ABC é muito positivo", afirmou Ferreira.
No primeiro turno, Aidan alternava entre a terceira e a segunda posições nas pesquisas
de intenção de voto.
Líder desde o início, Siraque
planejava ganhar em primeiro
turno, e a campanha petista enxergava Newton Brandão
(PSDB) ou Raimundo Salles
(DEM) como os adversários
mais fortes.
No entanto, acabou surpreendida por Aidan, que obteve 22% nas urnas e, segundo a
última pesquisa Ibope, está
com 51% dos votos válidos contra 49% de Siraque.
Apoio logístico
Dois dias após o resultado do
primeiro turno, o vereador kassabista José Police Neto
(PSDB) marcou uma reunião
com Aidan.
"Nem sabia que ele era candidato. Com o resultado no primeiro turno, vi a possibilidade
de termos alguém em Santo
André que pudesse defender
projetos da capital, como as
AMAs e o Cidade Limpa", comentou Neto, referindo-se a
iniciativas do governo Serra-Kassab em São Paulo.
Oito automóveis que seriam
usados na campanha de segundo turno de Kassab foram enviados para Santo André. Police
Neto também mandou para a
cidade uma equipe de cinco
profissionais de comunicação.
Um dos publicitários foi responsável por criar o boneco Aidanzinho, uma cópia do Kassabinho usado na campanha da
capital. Vereador em primeiro
mandato, Aidan é médico ginecologista com mais de nove mil
partos em seu currículo. Há 21
anos, mantém um consultório
na Vila Luzita, região de periferia cujos bairros formam o
maior colégio eleitoral do
município.
O PT também é forte nessa
área, mas Aidan vem conquistando o apoio do eleitorado
conservador de classe média,
camada social onde os petistas
estão frágeis.
Outro problema do PT foi o
racha que houve na pré-campanha. Vanderlei Siraque disputou uma prévia contra a atual
vice-prefeita Ivete Garcia, que
é ligada a Miriam Belchior e
Gilberto Carvalho, assessores
de confiança do presidente Lula em Brasília.
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