São Paulo, domingo, 26 de outubro de 2008

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Salvador

Com 55%, João Henrique é favorito em Salvador

Walter Pinheiro (PT) oscilou um ponto percentual para cima e está com 45% dos votos válidos, conforme o Datafolha

Se confirmada a projeção, o PT terá tido o seu melhor desempenho na cidade; mas é Geddel, aliado do prefeito, que sairá mais fortalecido


LETÍCIA SANDER
ENVIADA ESPECIAL A SALVADOR

LUIZ FRANCISCO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SALVADOR

Ancorado pela máquina do PMDB e pelo ministro Geddel Vieira Lima (Integração Nacional), o prefeito João Henrique Carneiro (PMDB), 49, tem 55% dos votos válidos, contra 45% do adversário, o petista Walter Pinheiro, 49, e é o favorito para vencer a eleição hoje em Salvador, revela pesquisa Datafolha.
No total de votos (levando em consideração também os brancos, nulos e indecisos), João Henrique manteve 50%, e Pinheiro alcançou 41%. Brancos e nulos somam 6%, e 3% se declararam indecisos.
Na comparação com a pesquisa anterior, divulgada na última quarta-feira, João Henrique e Walter Pinheiro oscilaram dentro da margem de erro, de dois pontos percentuais para mais ou para menos.
O prefeito passou de 56% para 55% e Pinheiro, que tinha 44%, agora tem 45%. O instituto ouviu 1.794 pessoas entre sexta-feira e ontem.
Se as urnas confirmarem a projeção, o PT terá tido o melhor desempenho até hoje em Salvador, mas perderá mais uma vez a chance de comandar a capital da Bahia, que nunca ocupou. Geddel, o principal fiador da candidatura de João Henrique, sairá fortalecido na queda-de-braço contra o governador Jaques Wagner (PT).
As eleições deste ano em Salvador mexeram com o mapa de alianças até então em vigor e se transformaram numa espécie de prévia do que pode ocorrer em 2010 no Estado.
PMDB e PT, em tese, são aliados hoje na Bahia. Estão juntos no governo do Estado e estavam, até março, juntos na prefeitura de Salvador, quando o PT decidiu deixar de apoiar a gestão de João Henrique para lançar candidato próprio.
Houve então um estremecimento entre os dois principais partidos da base do governador. O inesperado segundo turno entre as duas forças acirrou ainda mais os ânimos .
Para enfrentar o PT na capital, Geddel aproximou o PMDB das forças consideradas mais conservadoras da política baiana, como o DEM do deputado ACM Neto e do ex-governador Paulo Souto, e o PR do senador César Borges, carlistas até então adversários do ministro.
Embora PT e PMDB digam que, passada a eleição municipal, a conversa é outra, ninguém descarta um rompimento definitivo entre as duas forças, principalmente depois da troca de farpas e acusações veladas que marcaram a última semana de campanha.

Briga por espaço
Ainda que não assuma publicamente, Geddel trabalha, para se consolidar como a principal força política da Bahia, no passado polarizada entre carlistas e anti-carlistas. Ele usou a campanha de João Henrique para tornar seu nome mais conhecido na capital.
Quando se aproximou do PT, a idéia do ministro era ter o apoio do partido para concorrer ao Senado em 2010. Agora, diante do bom desempenho do PMDB nas eleições municipais e do racha com Jaques Wagner, sonha em disputar o governo.
Na véspera da eleição, Pinheiro reforçou a convocação da militância petista, sobretudo das regiões metropolitanas, e desdenhou do resultado das pesquisas, questionando a confiabilidade das mesmas.
A omissão do presidente Lula na disputa em Salvador pesou contra o candidato do PT. Lula ficou de fora para não melindrar nenhum grupo e orientou que seus principais ministros não o fizessem, empenhado que está em costurar uma aliança para lançar em 2010 a ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) à Presidência, de preferência com um vice do PMDB.
No último debate, anteontem, João Henrique ironizou Pinheiro, ao perguntar por que ele não recebeu uma mensagem personalizada de Lula. O petista desconversou.
A pesquisa, feita em parceria com a TV Bahia, afiliada da rede Globo, foi registrada na Justiça sob número 41.420/2008 .


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