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Salvador
Com 55%, João Henrique é favorito em Salvador
Walter Pinheiro (PT) oscilou um ponto percentual para cima e está com 45% dos votos válidos, conforme o Datafolha
Se confirmada a projeção, o PT terá tido o seu melhor desempenho na cidade; mas é Geddel, aliado do prefeito, que sairá mais fortalecido
LETÍCIA SANDER
ENVIADA ESPECIAL A SALVADOR
LUIZ FRANCISCO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SALVADOR
Ancorado pela máquina do
PMDB e pelo ministro Geddel
Vieira Lima (Integração Nacional), o prefeito João Henrique
Carneiro (PMDB), 49, tem 55%
dos votos válidos, contra 45%
do adversário, o petista Walter
Pinheiro, 49, e é o favorito para
vencer a eleição hoje em Salvador, revela pesquisa Datafolha.
No total de votos (levando
em consideração também os
brancos, nulos e indecisos),
João Henrique manteve 50%, e
Pinheiro alcançou 41%. Brancos e nulos somam 6%, e 3% se
declararam indecisos.
Na comparação com a pesquisa anterior, divulgada na última quarta-feira, João Henrique e Walter Pinheiro oscilaram dentro da margem de erro,
de dois pontos percentuais para mais ou para menos.
O prefeito passou de 56% para 55% e Pinheiro, que tinha
44%, agora tem 45%. O instituto ouviu 1.794 pessoas entre
sexta-feira e ontem.
Se as urnas confirmarem a
projeção, o PT terá tido o melhor desempenho até hoje em
Salvador, mas perderá mais
uma vez a chance de comandar
a capital da Bahia, que nunca
ocupou. Geddel, o principal fiador da candidatura de João
Henrique, sairá fortalecido na
queda-de-braço contra o governador Jaques Wagner (PT).
As eleições deste ano em Salvador mexeram com o mapa de
alianças até então em vigor e se
transformaram numa espécie
de prévia do que pode ocorrer
em 2010 no Estado.
PMDB e PT, em tese, são aliados hoje na Bahia. Estão juntos
no governo do Estado e estavam, até março, juntos na prefeitura de Salvador, quando o
PT decidiu deixar de apoiar a
gestão de João Henrique para
lançar candidato próprio.
Houve então um estremecimento entre os dois principais
partidos da base do governador. O inesperado segundo turno entre as duas forças acirrou
ainda mais os ânimos .
Para enfrentar o PT na capital, Geddel aproximou o PMDB
das forças consideradas mais
conservadoras da política baiana, como o DEM do deputado
ACM Neto e do ex-governador
Paulo Souto, e o PR do senador
César Borges, carlistas até então adversários do ministro.
Embora PT e PMDB digam
que, passada a eleição municipal, a conversa é outra, ninguém descarta um rompimento definitivo entre as duas forças, principalmente depois da
troca de farpas e acusações veladas que marcaram a última
semana de campanha.
Briga por espaço
Ainda que não assuma publicamente, Geddel trabalha, para
se consolidar como a principal
força política da Bahia, no passado polarizada entre carlistas
e anti-carlistas. Ele usou a campanha de João Henrique para
tornar seu nome mais conhecido na capital.
Quando se aproximou do PT,
a idéia do ministro era ter o
apoio do partido para concorrer ao Senado em 2010. Agora,
diante do bom desempenho do
PMDB nas eleições municipais
e do racha com Jaques Wagner,
sonha em disputar o governo.
Na véspera da eleição, Pinheiro reforçou a convocação
da militância petista, sobretudo das regiões metropolitanas,
e desdenhou do resultado das
pesquisas, questionando a confiabilidade das mesmas.
A omissão do presidente Lula
na disputa em Salvador pesou
contra o candidato do PT. Lula
ficou de fora para não melindrar nenhum grupo e orientou
que seus principais ministros
não o fizessem, empenhado
que está em costurar uma
aliança para lançar em 2010 a
ministra Dilma Rousseff (Casa
Civil) à Presidência, de preferência com um vice do PMDB.
No último debate, anteontem, João Henrique ironizou
Pinheiro, ao perguntar por que
ele não recebeu uma mensagem personalizada de Lula. O
petista desconversou.
A pesquisa, feita em parceria
com a TV Bahia, afiliada da rede Globo, foi registrada na Justiça sob número 41.420/2008 .
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