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RECIFE
Anúncio da equipe foi adiado duas vezes; ao menos cinco convidados teriam recusado; comissão nega motivo político
Petista já teve 5 recusas para secretariado
FÁBIO GUIBU
DA AGÊNCIA FOLHA, EM RECIFE
O prefeito eleito de Recife, João
Paulo (PT), tem tido dificuldades
para montar seu secretariado. O
anúncio da equipe já foi adiado
duas vezes, e ao menos cinco pessoas recusaram convites para o
primeiro escalão da prefeitura.
Dos 14 secretários, apenas cinco
foram confirmados até agora.
Apesar de não haver sinais de divisão nos partidos que apóiam
João Paulo, um dos nomes escolhidos, o de Edla Soares (Secretaria da Educação), provoca mal-estar em setores do PT.
Historicamente ligada ao governador Jarbas Vasconcelos
(PMDB), de quem foi secretária,
ela é rejeitada pelos sindicatos dos
professores, que esperavam a indicação de um integrante das entidades para o cargo.
Outro nome que causa polêmica no PT é o do deputado estadual
João Braga (sem partido). A crise
interna foi evitada porque o ex-tucano e também ex-secretário de
Jarbas Vasconcelos recusou.
Braga, no entanto, permanece
como um dos cinco integrantes
da comissão de transição do PT.
Desse grupo, João Paulo retirou
outros três nomes para compor o
seu futuro secretariado.
O primeiro foi o da economista
Tânia Bacelar. Unanimidade na
aliança, é a estrela da equipe. Secretária estadual no governo de
Miguel Arraes (PSB), ocupará a
pasta do Planejamento, Gestão
Urbana e Meio Ambiente.
O segundo nome é o do psiquiatra, ex-deputado estadual, ex-deputado federal e vereador mais
votado este ano, Humberto Costa
(PT). Com bom trânsito em todas
as correntes da oposição, será o
secretário municipal da Saúde.
O terceiro integrante da comissão escolhido é João Costa, assessor de João Paulo na Assembléia.
Ele foi secretário do Planejamento
do município de Cabo de Santo
Agostinho, administrado pelo
PPS. Será o secretário do Orçamento Participativo.
O quinto confirmado é Múcio
Magalhães, que será secretário de
Governo. Ele preside o diretório
municipal do PT em Recife e é da
ala radical, que comanda facções
que poderiam contestar tentativas de João Paulo de aglutinar
partidos aliados na prefeitura.
Magalhães acha "normal" a demora do prefeito eleito em definir
a equipe. "Não vamos fazer as coisas afobados", disse. "Temos tempo e faremos tudo da forma mais
democrática possível", declarou.
Ele afirmou que todas as recusas
aos convites foram por "questões
pessoais, e não políticas".
Para ele, um dos motivos para a
recusa a cargos é o salário, considerado "baixo". Um secretário
municipal recebe cerca de R$ 6
mil brutos por mês.
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