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QUESTÃO AGRÁRIA
Nenhum dos cinco seguranças suspeitos de matar sem-terra foi reconhecido como sendo o assassino
Testemunhas não reconhecem suspeito
JOSÉ MASCHIO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM LONDRINA
Três integrantes do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais
Sem Terra), testemunhas do assassinato do sem-terra Sebastião
de Maia, 38, na última terça-feira
em Querência do Norte (noroeste
do PR), não reconheceram o assassino entre os cinco seguranças
que foram presos pela Polícia Civil do Paraná.
O reconhecimento dos suspeitos foi feito na sexta-feira em
Loanda (noroeste do PR) por três
sem-terra, testemunhas do crime,
cujas identidades estão sendo
mantidas em sigilo, por medida
de segurança.
O reconhecimento foi feito sob
o comando do delegado-chefe da
Polícia Civil em Paranavaí, Luiz
Norberto Canhoto.
O delegado federal Waldemar
Moreno Júnior e uma representante do Ministério Público do
Paraná acompanharam o reconhecimento.
Canhoto disse que os cinco presos não serão liberados antes do
resultado do exame de balística,
que deve sair até a próxima quarta-feira.
"Eles (os suspeitos) estão à disposição da Justiça, mas seria interessante que ficassem presos até o
resultado do exame de balística",
afirmou.
O advogado dos seguranças, José Paulo Pereira Gomes, disse que
irá pedir a libertação dos cinco,
sob fiança, na próxima segunda-feira.
Os seguranças foram presos na
terça-feira, a menos de um quilômetro da fazenda Água da Prata,
onde Maia foi morto.
Com os cinco seguranças, foram apreendidas três escopetas
calibre 12 e dois revólveres calibre
38.
O bóia-fria José Luiz Carneiro,
que está desaparecido desde terça-feira, passou a figurar como
um dos suspeitos pela morte do
sem-terra, depois de um depoimento dado por seu filho, José
Wagner Carneiro, 27, à Polícia Civil de Paranavaí.
Carneiro registrou o desaparecimento de seu pai anteontem à
Polícia Civil em Paranavaí.
Durante o depoimento, ele disse
que seu pai havia sido contratado
para trabalhar como cerqueiro
(construtor de cercas) na fazenda
Água da Prata, mas que na verdade estaria trabalhando como segurança.
Canhoto disse que a hipótese de
Carneiro ter fugido não pode ser
descartada.
"Na segunda-feira, vamos fazer
uma varredura na fazenda Água
da Prata. Isso pode afastar a teoria
de desaparecimento."
Informantes
A Agência Folha apurou que
dois depoimentos mantidos em
sigilo estão ajudando na busca
dos responsáveis pela morte do
coordenador do MST em Querência do Norte.
Já seria conhecida pela polícia a
identidade da pessoa que contratou os seguranças. Seu nome não
estaria sendo divulgado para não
atrapalhar as investigações.
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