DA REPORTAGEM LOCAL

A senadora Heloísa Helena (PT-AL) defendeu ontem, em São Paulo, o salário mínimo de R$ 250 no governo do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva.
Segundo ela, o partido, agora no poder, tem que ser coerente com as posições adotadas quando estava na oposição ao presidente Fernando Henrique Cardoso.
Durante o governo do tucano, os petistas chegaram a defender um salário mínimo de US$ 100 e fizerem duras críticas ao presidente por conta do valor de R$ 211 aprovado neste ano.
Ao comentar o valor sugerido pela senadora, Antônio Palocci Filho, coordenador da transição, se disse surpreso. "Já aumentou?", perguntou ele.
A ala do PT que defende um comprometimento do presidente eleito com o aumento do salário mínimo ainda neste ano, da qual a senadora faz parte, falava no valor de R$ 240.
Para o coordenador da transição, os debates em torno do tema deverão se aprofundar na próxima semana por conta da definição do Orçamento.
Palocci disse que considera legítimo o esforço dos parlamentares pelo aumento, mas que a decisão só deverá ser tomada pelo presidente eleito em abril, dias antes da data fixada para a determinação do novo valor, em maio.
"Em abril, com base na situação econômica real, o presidente Lula poderá falar mais claramente em valores", disse Palocci ontem, no encontro da Executiva Nacional do PT, realizada na sede do partido, em São Paulo.
Para o coordenador da transição, "é pouco produtivo" debater valores neste momento. Ele acha que o PT deve concentrar seus esforços em garantir que a posse seja tranquila. "É difícil prever como estará a situação econômica em abril", disse.
Palocci negou que existam disputas internas dentro do PT, em torno de cargos no novo governo. "O partido vive um momento de absoluta tranquilidade", disse.


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