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ONGs já usaram R$ 33 bilhões do governo, diz CGU
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A CGU (Controladoria Geral
da União) estima que as parcerias do governo federal com entidades não-governamentais
tenham consumido R$ 33,8 bilhões desde 1999.
Em valores corrigidos pela
inflação, os anos de mais intensa parceria da União com entidades foram 2000 e 2001, ainda
de acordo com levantamento
da CGU, a quem cabe fiscalizar
o uso do dinheiro público.
Os números não são precisos,
reconhece a própria CGU. Não
existe, no Orçamento, uma
classificação exclusiva para os
repasses feitos a ONGs e Oscips
(Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público). Eles
aparecem em meio a pagamentos feitos a entidades privadas
sem fins lucrativos.
Pesquisa no Siafi (sistema de
acompanhamento de gastos federais) mostra quatro ministérios - Saúde, Ciência e Tecnologia, Trabalho e Desenvolvimento Agrário, nessa ordem-
entre os que mais repassaram
recursos a essas entidade.
Consultados durante a semana pela Folha, os ministérios
tiveram dificuldade para responder quanto pagavam a parceiros não-governamentais.
Não há estimativa nem de
quantas entidades desse tipo
prestam serviços à União.
O ministro Jorge Hage (Controle e Transparência) defendeu medidas de maior controle
das parcerias apresentadas em
auditoria pelo TCU. "Creio que
não haverá maiores dificuldades porque estamos todos de
acordo", disse Hage. Ele se
preocupa, porém, com resistências do Congresso a mudanças como a que proibiria o repasse de recursos públicos a
entidades comandadas por
parlamentares ou parentes.
Além das recomendações
feitas pelo TCU, o ministro defendeu a escolha das ONGs que
prestarão serviços ao governo
por meio de concurso.
No Brasil, a aproximação entre ONGs e o governo começou
nos anos 80. Era o momento
em que questões sociais, de direitos humanos e ambientais
passaram a fazer parte da agenda oficial. Na década de 90, o
termo passou a ser usado por
várias entidade.
É o caso das Oscips, que, diferentemente das ONGs comuns, podem remunerar a diretoria. Em outros países, as
entidades não-governamentais
não recebem recursos públicos
e vivem de doações.
(MS e LC)
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