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Clésio Andrade será alvo de nova investigação em MG
Suspeitas agora aparecem nos negócios de suas empresas com o Banco Rural
Denunciado no valerioduto tucano, presidente da CNT é apontado pela Procuradoria como um dos "profissionais" na lavagem de dinheiro
FREDERICO VASCONCELOS
DA REPORTAGEM LOCAL
Denunciado no valerioduto
tucano, Clésio Andrade, presidente da CNT (Confederação
Nacional dos Transportes), será alvo de nova investigação em
Minas Gerais para apurar as
suspeitas de "promiscuidade"
nos negócios de suas empresas
com o Banco Rural, que envolveriam empréstimos fraudulentos e lavagem de dinheiro.
Ao lado dos publicitários
Marcos Valério, Cristiano Paz e
Ramon Hollerbach, da
SMP&B, ele é apontado na denúncia do procurador-geral da
República como um dos "profissionais do ramo de lavagem".
A peça acusatória oferecida
na semana passada descreve os
"esquemas criminosos" que
permitiam, sob a aparência de
operações lícitas, desviar recursos públicos para a campanha de reeleição do então governador Eduardo Azeredo
(PSDB) e de seu vice, Clésio Andrade (PL), em 1998.
Segundo essa peça, Clésio
"ofereceu os serviços delituosos de sua estrutura empresarial para a prática dos crimes de
peculato [apropriação ou desvio de recursos públicos], bem
como de lavagem de capitais".
Ele é acusado de garantir empréstimos fraudulentos tomados por Marcos Valério e seus
sócios no Banco Rural e de receber, pelo menos, R$ 325 mil a
título de contrapartida.
O sistema funcionava em
três frentes: desvio de recursos
públicos do governo de Minas
ou de estatais mineiras; repasse
de verbas de empresas privadas
que mantinham negócios com
o governo mineiro (empreiteiras e bancos), e "utilização dos
serviços profissionais e remunerados de lavagem" de Clésio
e dos três publicitários.
Instituto
A denúncia registra que um
cheque de R$ 133 mil foi emitido em favor do Instituto João
Alfredo de Andrade. Trata-se
de instituição de ensino superior, mantida por Clésio, com
sede Juatuba (MG), cidade natal do presidente da CNT. Outros valores foram repassados
para um diretor da CNT.
Em agosto de 2004, a Folha
revelou que o Ministério Público Federal iniciara investigação para apurar a suspeita de
lavagem de dinheiro por meio
do Instituto João Alfredo de
Andrade e do Idaq (Instituto de
Desenvolvimento, Assistência
Técnica e Qualidade em Transportes), vinculado à CNT.
Em 27 de julho de 2004, o
juiz federal Jorge Macedo Costa determinara a quebra de sigilo bancário dos dois institutos. O Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) fora avisado de que o instituto de Juatuba havia feito
operações de cerca de R$ 12
milhões, valores elevados para
o padrão de movimentação financeira da instituição. A quebra do sigilo também foi motivada por documentos apreendidos em investigação da Polícia Federal e do MPF contra
doleiros em todo o país.
Em 2005, a Folha revelou
que o Idaq usou o mesmo esquema arquitetado por Marcos
Valério para abastecer o mensalão petista: o publicitário
transferia de sua conta no Banco Rural em Belo Horizonte
para agência em Brasília, fornecendo lista de beneficiários.
Em depoimento à PF, José
Francisco de Almeida Rego, ex-tesoureiro do Rural em Brasília, revelou como eram feitas as
transações. Pelo mesmo esquema, entre janeiro e maio de
2004 foram recolhidos, na
mesma agência do Rural, R$
7,9 milhões, em espécie, por
uma funcionária do Idaq.
NA INTERNET - Leia mais em http://blogdofred.folha.blog.uol.com.br/
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