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Ministério Público investiga licitação em MG
Consórcio de empreiteira inabilitado para construção de empreendimento de grande porte quer levar caso à Justiça
Omar Freire/Secom MG
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Maquete do futuro Centro Administrativo de Minas Gerais |
FREDERICO VASCONCELOS
DA REPORTAGEM LOCAL
O Ministério Público do Estado de Minas Gerais abriu investigação para apurar se houve irregularidade na licitação pública para a construção do
Centro Administrativo do Estado de Minas Gerais, obra inicialmente estimada em cerca
de R$ 900 milhões que o governo Aécio Neves (PSDB) espera
ver concluída em dois anos.
Trata-se de um empreendimento de porte, ao lado da
construção da Linha Verde,
que liga Belo Horizonte ao aeroporto de Confins, e obra que
também deverá gerar fortes dividendos eleitorais em 2010.
A investigação do Ministério
Público foi instaurada porque
um dos consórcios inabilitados,
formado pelas empreiteiras
Construcap, Ferreira Guedes e
Convap -as duas primeiras de
São Paulo, a terceira, de Minas
Gerais-, alegou que a comissão
de licitação descumpriu uma
decisão judicial para evitar que
sua proposta fosse conhecida.
A licitação foi divida em três
lotes. No dia 15 a Codemig
(Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas
Gerais) anunciou a abertura
das propostas com os menores
preços oferecidos por três consórcios -Camargo Corrêa/
Mendes Júnior/Santa Bárbara,
Odebrecht/ OAS/ Queiroz Galvão, Andrade Gutierrez/Via
Engenharia/Barbosa Mello.
Outros três consórcios foram
inabilitados). As três ofertas somam R$ 948 milhões.
O consórcio da Construcap
diz que teve recurso negado pela Codemig em 30 de outubro e
que a administração marcou
para o dia seguinte, às 9h00, a
abertura de envelopes com as
propostas. A pressa foi entendida como forma de alijar a Construcap e parceiras da licitação,
pois impediu revelar que seus
preços poderiam ser inferiores
aos das concorrentes.
A Construcap conseguiu, então, uma liminar do juiz Gutemberg da Mota e Silva determinando à Codemig a abertura
do envelope com a proposta do
grupo inabilitado. Iniciada a
sessão, ao receber o oficial de
justiça, a comissão de licitação,
segundo a representação ao
MP, "adotou uma conduta surpreendente e inexplicável: recusou-se a dar cumprimento à
ordem liminar". Com isso, os
envelopes não foram abertos. A
Codemig obteve, depois, uma
decisão judicial em que o desembargador Dárcio Lepardi
Mendes suspendeu a liminar.
Mendes entendeu que a comissão de licitação mantivera a
inabilitação da Construcap e de
suas parceiras. Considerou os
riscos de dano irreparável, pois,
com a suspensão da licitação, as
obras seriam adiadas, "o que
afronta o interesse público". Se
as reclamantes comprovarem
que haviam cumprido os requisitos do edital, "o processo licitatório pode ser anulado e retomado com a participação dessas concorrentes", afirmou.
Os advogados que representam o consórcio inabilitado
ofereceram representação ao
Tribunal de Contas do Estado e
pretendem recorrer da decisão
de Mendes no TJ-MG. Na hipótese de novo desfecho desfavorável, entrarão com recurso no
Superior Tribunal de Justiça.
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