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Abin afirma que ajuda à PF na Satiagraha custou R$ 381 mil
Valor foi divulgado após sindicalista afirmar que agência gastou R$ 800 mil no apoio
Novas revelações levaram
o presidente da CPI dos Grampos a defender que Paulo Lacerda, diretor-geral afastado, seja indiciado
ALAN GRIPP
HUDSON CORRÊA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A Abin (Agência Brasileira de
Inteligência) reconheceu ontem ter gasto R$ 381 mil na participação de seus agentes secretos na Operação Satiagraha, da
Polícia Federal. O valor se
aproxima do custo oficial da investigação divulgado pela PF
(R$ 466 mil), que em documento enviado ao Congresso classificou a operação como a mais
cara de sua história.
O valor foi divulgado depois
que o presidente da Asbin (Associação dos Servidores da
Abin), Nery Kluwe, disse, em
depoimento na CPI dos Grampos, ser "voz corrente" dentro
da agência que os gastos atingiram R$ 800 mil.
As despesas admitidas pela
Abin são maiores do que o valor
divulgado pelo diretor do Departamento de Contra-Inteligência da agência, Paulo Maurício Fortunato Pinto. Em setembro, na mesma comissão,
ele disse que a atuação tinha
custado cerca de R$ 250 mil.
Após o depoimento, Kluwe
disse à Folha que a estimativa
se baseia em custos das atividades dos agentes, como o pagamento de diárias e passagens.
Ele também revelou que a Abin
incluiu o aluguel de carros utilizados em diligências, o que foi
confirmado pela agência.
As novas revelações levaram
o presidente da CPI, Marcelo
Itagiba (PMDB-RJ), a defender
publicamente o indiciamento
do diretor-geral afastado da
Abin, Paulo Lacerda, por, segundo ele, mentir na comissão.
Depois de revelada a participação da Abin, Lacerda disse
que a agência apoiou a Satiagraha apenas como uma cooperação informal. Hoje, sabe-se
que mais de 80 agentes prestaram serviços à equipe do delegado Protógenes Queiroz. "Ele
(Lacerda) disse inverdades e fizeram omissões na comissão."
Kluwe afirmou que Lacerda
chegava a receber relatórios sobre a Satiagraha de um agente
da Abin. Lacerda nega.
Apesar de deixar claro que
considera ilegal a participação
da Abin na Satiagraha, Kluwe
dedicou boa parte do tempo a
defender os agentes secretos.
Ele refutou a participação deles na realização de grampos,
porém reafirmou que agentes
manipularam interceptações
telefônicas e e-mails de investigados na operação.
A Abin informou que o gasto
de R$ 381 mil foi comunicado à
CPI e à Polícia Federal.
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