São Paulo, terça-feira, 27 de janeiro de 2004

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OPERAÇÃO ANACONDA

Casem depõe

Intermediar grampo foi falha ética, diz juiz

DA REPORTAGEM LOCAL

O juiz federal Casem Mazloum disse ontem em depoimento à desembargadora federal Therezinha Cazerta, do TRF (Tribunal Regional Federal) da 3ª Região (em São Paulo), que cometeu uma "falha ética" ao negociar um grampo telefônico clandestino. "Eu realmente errei", disse o juiz.
A negociação foi feita em uma conversa telefônica entre o juiz e o agente da Polícia Federal César Herman Rodriguez, gravada com autorização judicial pelos investigadores da Operação Anaconda.
Mazloum negociava o grampo a pedido de um amigo, que supostamente queria ajudar o prefeito de Cotia, que suspeitaria de infidelidade da mulher.
O juiz ressaltou, porém, que não houve crime porque o grampo não chegou a ser feito. As próprias conversas telefônicas corroboram essa afirmação.
Mazloum afirmou ainda que não tem US$ 9.300 no Afeganistão, como consta em sua declaração de Imposto de Renda. Disse que houve erro no preenchimento do formulário eletrônico.
Ele é acusado de falsidade ideológica por ter declarado ao fisco a existência do depósito no Afeganistão e por tê-lo omitido na declaração de bens entregue ao TRF -feita quando ele já havia verificado a existência do erro.
O juiz disse que se tivesse a intenção de esconder a existência do dinheiro, não teria comprado dólares com registro da operação no Banco Central nem teria declarado o valor à Receita Federal.
Segundo Mazloum, não houve crime porque o erro material não resultou sonegação de impostos.
O erro cometido pelo juiz foi a troca de código na declaração, que fizeram com que o dinheiro que está no Brasil fosse declarado como se estivesse no Afeganistão.


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