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OPERAÇÃO ANACONDA
Casem depõe
Intermediar grampo foi falha ética, diz juiz
DA REPORTAGEM LOCAL
O juiz federal Casem Mazloum
disse ontem em depoimento à desembargadora federal Therezinha
Cazerta, do TRF (Tribunal Regional Federal) da 3ª Região (em São
Paulo), que cometeu uma "falha
ética" ao negociar um grampo telefônico clandestino. "Eu realmente errei", disse o juiz.
A negociação foi feita em uma
conversa telefônica entre o juiz e o
agente da Polícia Federal César
Herman Rodriguez, gravada com
autorização judicial pelos investigadores da Operação Anaconda.
Mazloum negociava o grampo a
pedido de um amigo, que supostamente queria ajudar o prefeito
de Cotia, que suspeitaria de infidelidade da mulher.
O juiz ressaltou, porém, que não
houve crime porque o grampo
não chegou a ser feito. As próprias conversas telefônicas corroboram essa afirmação.
Mazloum afirmou ainda que
não tem US$ 9.300 no Afeganistão, como consta em sua declaração de Imposto de Renda. Disse
que houve erro no preenchimento do formulário eletrônico.
Ele é acusado de falsidade ideológica por ter declarado ao fisco a
existência do depósito no Afeganistão e por tê-lo omitido na declaração de bens entregue ao TRF
-feita quando ele já havia verificado a existência do erro.
O juiz disse que se tivesse a intenção de esconder a existência
do dinheiro, não teria comprado
dólares com registro da operação
no Banco Central nem teria declarado o valor à Receita Federal.
Segundo Mazloum, não houve
crime porque o erro material não
resultou sonegação de impostos.
O erro cometido pelo juiz foi a
troca de código na declaração,
que fizeram com que o dinheiro
que está no Brasil fosse declarado
como se estivesse no Afeganistão.
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