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Executivo descarta "susto" eleitoral neste ano
DO ENVIADO ESPECIAL
Do alto dos US$ 5 bilhões que é
o valor de mercado da Braskem, a
petroquímica da qual é executivo-chefe, José Carlos Grubisich desafia a sabedoria convencional, que
prevê uma disputa eleitoral sem
grandes diferenças entre os principais candidatos, para dizer que
"as eleições vão levar a uma escolha importante, a um importante
debate sobre o modelo brasileiro".
Grubisich acredita que o candidato do PSDB, seja José Serra ou
Geraldo Alckmin, representará o
modelo "eficiência na gestão",
que na sua opinião, caracteriza a
imagem tanto do prefeito paulistano como do governador de São
Paulo.
Já Luiz Inácio Lula da Silva, presumivelmente o candidato do PT
("forte", segundo o empresário),
faria o "discurso social", condenado que estaria a defender, no
seu segundo mandato, "o resgate
da hipoteca social que não entregou no primeiro mandato".
Mesmo no PMDB, se o escolhido for o governador Germano Rigotto (RS), a marca seria idêntica
à do PSDB: eficiência na gestão.
Em conseqüência, Grubisich
acha que "o mercado não terá o
mesmo susto de 2002", a campanha eleitoral anterior, em que
houve forte aposta contra Lula, no
pressuposto de que ele adotaria
políticas contrárias às que o mercado deseja, hipótese que se revelou absolutamente falsa.
Diferenças entre os candidatos à
parte, Grubisich vê uma semelhança entre todos eles, talvez
mais desejo do que realidade:
qualquer que seja o eleito terá que
buscar um "crescimento mais espetacular".
Em momento algum da conversa com um grupo de três jornalistas brasileiros, ontem em Davos, o
executivo-chefe da Braskem
(3.300 funcionários) revelou preferência por um ou outro candidato, por um ou outro modelo, ao
contrário de 2002, em que a grande maioria do empresariado ainda tinha receios profundos em relação ao PT.
A análise de Grubisich é, no entanto, uma exceção absoluta entre
seus colegas, brasileiros ou estrangeiros, que participam do encontro anual 2006 do Fórum Econômico Mundial. A eleição brasileira ainda não entrou no radar.
O que talvez se explique pela
baixa expectativa de mudanças
em função do resultado eleitoral.
Um almoço para discutir a situação de Brasil e México mostrou
que, nas cinco mesas em que se
dividiram os comensais, a análise
foi a mesma, assim resumida por
Enrique García, presidente da
CAF (Corporação Andina de Fomento):
"As eleições não produzirão
mudanças substanciais".
Reforçou David Abney, presidente da UPS International, a
maior empresa de distribuição de
encomendas do planeta, presente
em 200 países, Brasil inclusive:
"As eleições presidenciais [tanto no Brasil como no México]
provavelmente não produzirão
mudanças dramáticas. Algumas
mudanças talvez, mas não significativas".
(CR)
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