São Paulo, sábado, 27 de janeiro de 2007

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Painel

VERA MAGALHÃES (interina) painel@uol.com.br

Tucano na mira

A estratégia adotada por Arlindo Chinaglia (PT-SP) de partir para o ataque contra o PSDB no debate da Folha foi decidida na véspera, pela coordenação da campanha. O QG petista fez cálculos e concluiu que, se houver segundo turno na disputa pela presidência da Câmara, é grande a probabilidade que ele se dê contra o tucano Gustavo Fruet (PR).
Os "chinaglistas" apostam na vitória em primeiro turno, mas verificaram avanço de Fruet sobre o eleitorado de Aldo, notadamente em setores do PFL. No próximo debate a ordem é reforçar as críticas a "incongruências" de Fruet e tentar caracterizar a disputa como governo versus oposição. "Vamos tratar o Aldo com extremo carinho", diz um petista.

Tento. Alheios à tática petista, aliados de Aldo Rebelo comemoraram as estocadas de Chinaglia em Fruet. "Acabamos de ganhar um cabo eleitoral para ter os votos dos tucanos no segundo turno", dizia Beto Albuquerque (PSB-RS) na saída do debate.

Javanês. Enquanto Chinaglia desfiava, durante o debate, uma longa lista de cargos na Mesa Diretora da Câmara e os partidos que teriam o direito de ocupá-los, Aldo ria e cochichava para o adversário: "Arlindo, ninguém está entendendo nada!".

Oráculo. Um dos pais do recuo de Chinaglia sobre a equiparação dos salários dos deputados com os ministros do Supremo foi Michel Temer (SP). O presidente do PMDB alertou o petista de que o desgaste junto à sociedade poderia afastar parte dos deputados de sua candidatura.

Santo de casa. Diante dos vetos de aliados de Aldo e Chinaglia a figuras da sociedade civil, caberá a funcionários da Secretaria de Comunicação da Casa a tarefa de arbitrar eventuais pedidos de direito de resposta no debate da próxima segunda-feira, promovido pela TV Câmara.

Letra morta. Os três postulantes à presidência da Câmara falaram, em tom vago, em reformar ou extinguir a Comissão de Orçamento. Esqueceram totalmente de resolução já aprovada pelo Congresso que altera as regras de funcionamento do órgão.

Enfeite. Aliados de Aldo desfilavam na platéia do debate com broches dourados em forma de corneta com o nome do presidente da Casa em cima. É uma referência ao Corneteiro de Pirajá, figura histórica escolhida como símbolo da campanha do comunista.

Boleiros. Apreciador das metáforas futebolísticas, Lula confirmou presença no evento "Melhores de 2006", promovido pelo "Mesa Redonda Futebol Debate", da TV Gazeta, na segunda à noite. O programa é famoso pelos bate-bocas entre participantes.

Moda Lula. O governador José Roberto Arruda (PFL) está montando um conselho político para o governo do Distrito Federal, sob o comando do ex-ministro Pimenta da Veiga. O presidente do PFL, Jorge Bornhausen, também vai participar.

Revoada. Assim como no Ceará, o PSDB ficará sem representantes de Santa Catarina na Câmara. Djalma Berger, único tucano eleito pelo Estado, deve ir para o PSB, mesmo caminho a ser tomado por seu irmão, o prefeito de Florianópolis, Dário Berger.

Tucano-petismo. O deputado Bosco Costa (PSDB), que abriu dissidência em seu partido durante a campanha para apoiar o petista Marcelo Déda em Sergipe, foi nomeado pelo governador secretário de Articulação com os Municípios.

Tradicionalista. No pacote administrativo enviado por Cid Gomes (PSB) à Assembléia do Ceará, o governador incluiu projeto que prevê a retomada do brasão original do Estado, que já foi mudado oito vezes desde sua criação.

Tiroteio

"Se as veias continuarem entupidas pelos juros altos, o país corre risco de sofrer um infarto".
Do deputado MAURÍCIO RANDS (PT-PE), utilizando-se da frase da ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) -"o PAC é dinheiro público na veia"- para criticar a decisão do Banco Central de reduzir a taxa Selic em apenas 0,25 ponto percentual.

Contraponto

Acusadores e acusados

Logo após a formação do "grupo dos 30", que viria a lançar candidatura alternativa à presidência da Câmara, o deputado Raul Jungmann (PPS-PE) caminhava pela Casa quando encontrou o colega Júlio Delgado (PSB-MG), que se notabilizou por sua atuação no Conselho de Ética.
Delgado participou do início das articulações por o novo candidato, mas acabou no barco de Arlindo Chinaglia (PT-SP). Ao ver o ex-aliado, Jungmann brincou:
-Júlio, se você não tomar cuidado, vai ser denunciado ao Conselho de Ética do grupo dos 30!
Dias depois, foi Jungmann quem acabou denunciado por suposto desvio de verba quando era ministro de FHC.


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