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Painel
VERA MAGALHÃES (interina) painel@uol.com.br
Tucano na mira
A estratégia adotada por Arlindo Chinaglia (PT-SP)
de partir para o ataque contra o PSDB no debate da
Folha foi decidida na véspera, pela coordenação da
campanha. O QG petista fez cálculos e concluiu que,
se houver segundo turno na disputa pela presidência da Câmara, é grande a probabilidade que ele se
dê contra o tucano Gustavo Fruet (PR).
Os "chinaglistas" apostam na vitória em primeiro
turno, mas verificaram avanço de Fruet sobre o eleitorado de Aldo, notadamente em setores do PFL.
No próximo debate a ordem é reforçar as críticas a
"incongruências" de Fruet e tentar caracterizar a
disputa como governo versus oposição. "Vamos tratar o Aldo com extremo carinho", diz um petista.
Tento. Alheios à tática petista, aliados de Aldo Rebelo comemoraram as estocadas de
Chinaglia em Fruet. "Acabamos de ganhar um cabo eleitoral para ter os votos dos tucanos no segundo turno", dizia Beto Albuquerque (PSB-RS) na saída do debate.
Javanês. Enquanto Chinaglia desfiava, durante o debate, uma longa lista de cargos
na Mesa Diretora da Câmara e
os partidos que teriam o direito de ocupá-los, Aldo ria e cochichava para o adversário:
"Arlindo, ninguém está entendendo nada!".
Oráculo. Um dos pais do recuo de Chinaglia sobre a equiparação dos salários dos deputados com os ministros do
Supremo foi Michel Temer
(SP). O presidente do PMDB
alertou o petista de que o desgaste junto à sociedade poderia afastar parte dos deputados de sua candidatura.
Santo de casa. Diante dos
vetos de aliados de Aldo e Chinaglia a figuras da sociedade
civil, caberá a funcionários da
Secretaria de Comunicação
da Casa a tarefa de arbitrar
eventuais pedidos de direito
de resposta no debate da próxima segunda-feira, promovido pela TV Câmara.
Letra morta. Os três postulantes à presidência da Câmara falaram, em tom vago,
em reformar ou extinguir a
Comissão de Orçamento. Esqueceram totalmente de resolução já aprovada pelo Congresso que altera as regras de
funcionamento do órgão.
Enfeite. Aliados de Aldo
desfilavam na platéia do debate com broches dourados em
forma de corneta com o nome
do presidente da Casa em cima. É uma referência ao Corneteiro de Pirajá, figura histórica escolhida como símbolo
da campanha do comunista.
Boleiros. Apreciador das
metáforas futebolísticas, Lula
confirmou presença no evento "Melhores de 2006", promovido pelo "Mesa Redonda
Futebol Debate", da TV Gazeta, na segunda à noite. O programa é famoso pelos bate-bocas entre participantes.
Moda Lula. O governador
José Roberto Arruda (PFL)
está montando um conselho
político para o governo do
Distrito Federal, sob o comando do ex-ministro Pimenta da Veiga. O presidente
do PFL, Jorge Bornhausen,
também vai participar.
Revoada. Assim como no
Ceará, o PSDB ficará sem representantes de Santa Catarina na Câmara. Djalma Berger,
único tucano eleito pelo Estado, deve ir para o PSB, mesmo
caminho a ser tomado por seu
irmão, o prefeito de Florianópolis, Dário Berger.
Tucano-petismo. O deputado Bosco Costa (PSDB), que
abriu dissidência em seu partido durante a campanha para
apoiar o petista Marcelo Déda
em Sergipe, foi nomeado pelo
governador secretário de Articulação com os Municípios.
Tradicionalista. No pacote administrativo enviado por
Cid Gomes (PSB) à Assembléia do Ceará, o governador
incluiu projeto que prevê a retomada do brasão original do
Estado, que já foi mudado oito
vezes desde sua criação.
Tiroteio
"Se as veias continuarem entupidas pelos juros
altos, o país corre risco de sofrer um infarto".
Do deputado MAURÍCIO RANDS (PT-PE), utilizando-se da frase da ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) -"o PAC é dinheiro público na
veia"- para criticar a decisão do Banco Central de reduzir a taxa Selic
em apenas 0,25 ponto percentual.
Contraponto
Acusadores e acusados
Logo após a formação do "grupo dos 30", que viria a
lançar candidatura alternativa à presidência da Câmara, o
deputado Raul Jungmann (PPS-PE) caminhava pela Casa
quando encontrou o colega Júlio Delgado (PSB-MG), que
se notabilizou por sua atuação no Conselho de Ética.
Delgado participou do início das articulações por o novo
candidato, mas acabou no barco de Arlindo Chinaglia
(PT-SP). Ao ver o ex-aliado, Jungmann brincou:
-Júlio, se você não tomar cuidado, vai ser denunciado
ao Conselho de Ética do grupo dos 30!
Dias depois, foi Jungmann quem acabou denunciado
por suposto desvio de verba quando era ministro de FHC.
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