|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Polícia prende 7 do MST por destruição de laranjal em SP
Outros 2 foram presos por porte ilegal de arma; Operação Laranja investiga invasão há 3 meses
Segundo a polícia, ainda há 13 foragidos suspeitos de destruir fazenda da Cutrale e furtar objetos do local; movimento nega acusações
Polícia Militar/ Divulgação
|
|
Vista aérea da fazenda que teve
parte destruída pelos sem-terra
MAURÍCIO SIMIONATO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CAMPINAS
Mais de três meses após a invasão e depredação de uma fazenda da empresa Cutrale no
interior de São Paulo, a Polícia
Civil desencadeou ontem a
Operação Laranja, com o objetivo de cumprir 20 mandados
de prisão de pessoas ligadas ao
MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra).
As prisões ocorreram na região de Iaras e Bauru (noroeste
de SP). Ontem foram cumpridas sete ordens de prisão, mas
outras duas pessoas que não estavam na lista foram presas por
porte ilegal de armas, levando a
nove o total de detidos. Ao final
do dia, ainda havia 13 foragidos.
Segundo a polícia, os presos
são suspeitos de envolvimento
com a invasão e depredação de
uma fazenda da Cutrale em Iaras, ocorrida entre setembro e
outubro do ano passado.
Entre os detidos estão o ex-prefeito de Iaras e presidente
municipal do PT, Edilson
Granjeiro Xavier, a vereadora
da cidade Rosimeire Pan D'Arco de Almeida Serpa (PT) e o
marido dela, Miguel da Luz
Serpa, que é da direção estadual
do MST. Segundo a polícia, os
três lideraram a invasão.
Durante a ação na fazenda da
Cutrale, imagens feitas pela polícia mostraram um integrante
do MST passando com um trator por cima de vários pés de laranja. A Cutrale disse que teve
prejuízos de R$ 1,2 milhão com
os danos causados pela invasão.
A fazenda foi invadida por
cerca de 250 famílias ligadas ao
MST no dia 27 de setembro e
desocupada no dia 7 de outubro, após decisão judicial de
reintegração de posse.
Após os integrantes do movimento deixarem a área, foi encontrado no local um cenário
de destruição. Funcionários da
fazenda relataram que suas casas tiveram objetos furtados. O
MST negou as acusações.
O delegado seccional de Bauru, Benedito Antônio Valencise, disse que as investigações
"não deixam dúvidas de que o
movimento é muito bem organizado". As apurações, segundo
ele, foram baseadas em reconhecimentos, depoimentos e
coletas de provas feitas por
meio de diligências. Participaram da operação 150 policiais.
Acusação
Os 20 suspeitos, segundo a
polícia, responderão por furto
qualificado, dano qualificado,
esbulho possessório (retirada
violenta de um bem alheio) e
formação de quadrilha.
O delegado disse que na casa
da vereadora -que mora dentro de um assentamento- foi
apreendido um revólver com
munição. Ela e o marido não
apresentaram porte de arma.
De acordo com o promotor
da comarca de Lençóis Paulista
(301 km de SP) Henrique Ribeiro Varonez, o inquérito policial
ainda não foi concluído e as prisões temporárias (cinco dias)
foram decretadas para que os
suspeitos não atrapalhassem o
curso da apuração.
Foram cumpridos também
mandados de busca e apreensão para computadores, celulares, agrotóxicos e fertilizantes
nos assentamentos. A polícia
vai apurar se os defensivos e
fertilizantes foram roubados
durante a invasão da Cutrale.
Os computadores e celulares
foram pegos para a "coleta de
provas", segundo a polícia.
Em nota, o MST disse que foram "apreendidos pertences
pessoais de muitos militantes e
exigidas notas fiscais e outros
documentos para forjar acusações de roubos e crimes afins".
Texto Anterior: Aliado de Arruda deve assumir CPI Próximo Texto: Outro lado: Sem-terra afirma que ação é "show" pré-eleição Índice
|