São Paulo, segunda-feira, 27 de fevereiro de 2006

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PAINEL

Conta que não fecha
Auditoria feita pela CPI dos Correios apontou falhas no cruzamento dos dados bancários da CEP, empresa de Duda Mendonça, com os do PT. O marqueteiro aparece recebendo muito mais do que o partido diz ter pago a ele por campanhas.

Canto do cisne
A suspeita é que a CEP tenha recebido diretamente de governos petistas, o que daria fôlego à tese do mensalão. Terminado o Carnaval, a oposição voltará a insistir na quebra dos sigilos contábeis e fiscais do PT.

Greenpeace
Na reta final da CPI dos Correios, o PT vai reforçar a barreira de contenção em torno da mancha de óleo decorrente do caso Duda Mendonça. A ordem é evitar que ela contamine o período posterior a 2002, já que a CEP fez campanhas em 2004.

Cliente ouro
A mesma auditoria detectou novos saques na boca do caixa, feitos por funcionários do PT, entre eles Solange Pereira, ex-secretária de Delúbio Soares. Eles seriam incompatíveis com a movimentação financeira.

Poupança gorda
Em meio aos muxoxos por conta do PIB anêmico, os petistas já encontraram um apelido para o presidente do BNDES, Guido Mantega, que controla um cofre com cerca de R$ 60 bilhões para investimentos neste ano: "Chave do Crescimento".

No estaleiro
A conclusão do inquérito contra a empreiteira Leão Leão e Antonio Palocci, a cargo da Seccional de Ribeirão Preto, prevista para fevereiro, deve atrasar mais um mês. Segundo a polícia, o delegado responsável, Benedito Valencise, está acometido por fortes dores nas costas.

Urna eletrônica
O PSB deve decidir no dia 7 seu novo líder na Câmara. A disputa se dará entre Paulo Baltazar (RJ), Isaías Silvestre (MG) e Ribamar Alves (MA).

Com a barriga
Foi adiado de 7 para 15 de março o prazo para os partidos indicarem os presidentes das comissões permanentes. Com o atraso, a troca de guarda nos postos se dará um mês depois da abertura do ano legislativo.

Unidos da Carecolândia
O Carnaval propiciou momento de trégua às tropas de José Serra e Geraldo Alckmin. Tucanos dos dois lados quase foram juntos para a avenida comemorar o fato de os bonecos dos presidenciáveis terem escapado de vaias no desfile da escola Leandro de Itaquera em SP.

Ao sabor do vento
Postulante à vaga de candidato do PSDB ao Palácio dos Bandeirantes, o ex-ministro Paulo Renato Souza ganhou o apelido de "nuvem tucana": uma hora está pró-Alckmin, noutra, pró-Serra.

Cartilha ilustrada
Cansada de ver seus 69 pedidos de CPI criando poeira na Assembléia paulista, a bancada do PT vai lançar um folheto detalhando cada requerimento e acusando o governo Alckmin de falta de transparência.

Clonagem
Aloizio Mercadante (PT-SP) já tem pronto o slogan que pretende usar caso seja o candidato petista ao governo paulista e enfrente Aloysio Ferreira (PSDB). "Será o original e o cover", diz.

Frevo eleitoral
Humberto Costa (PT), Eduardo Campos (PSB) e Inocêncio Oliveira (PFL), pré-candidatos ao governo de Pernambuco, foram para o corpo-a-corpo no bloco Galo da Madrugada, sábado de Carnaval em Recife.

Missão especial
Em ano eleitoral, o grupo do governador Roberto Requião (PMDB-PR) trabalha para emplacar seu vice e secretário de Agricultura, Orlando Pessuti, no Tribunal de Contas do Estado.

TIROTEIO

Do deputado federal Silvio Torres (PSDB-SP) sobre o crescimento de 2,3% do PIB:
-Na impossibilidade de atribuí-lo à urucubaca da oposição, o governo esconde o "pibinho" no feriado de Carnaval e diz que o Lula do Bolsa-Família não tem nada a ver com esse fracasso.

CONTRAPONTO

Saia justa

No jantar que a bancada do PSDB na Câmara dos Deputados ofereceu ao governador Geraldo Alckmin semana passada, os discursos foram o prato principal, pois todos ganharam o direito de se manifestar.
Quando Alckmin chegou a uma das rodas de bate-papo, Gustavo Fruet (PR), sub-relator da CPI dos Correios que não conseguira experimentar o carneiro servido na festa, contava uma história ao grupo:
-Certa vez, passei numa igreja para cumprimentar o padre, e ele me deu um conselho valioso.
Segundo Fruet, o padre disse a ele que sermões ou discursos têm de ser como a minissaia: curtos, justos e provocantes.
-Caso contrário, nos primeiros dez minutos, você fala para os fiéis. Nos seguintes, para os bancos da igreja. No final, fala para o diabo, pois todos já estão mandando você para o inferno -, concluiu Fruet.


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