|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Oito governadores nomeiam parentes para cargos de confiança
Nepotismo não é considerado ilegal no Executivo, mas integrantes da Promotoria e deputados oposicionistas se mobilizam para barrar as indicações
DA AGÊNCIA FOLHA
Pelo menos oito governadores nomearam parentes para
cargos em suas administrações.
A contratação de familiares pelo Executivo não é ilegal, mas
enfrenta resistência de opositores e do Ministério Público.
O governador do Paraná, Roberto Requião (PMDB), ainda
não nomeou todo o secretariado do segundo mandato, mas a
recondução de ao menos oito
parentes em postos no Estado é
considerada fato consumado.
Os irmãos Maurício Requião
e Eduardo Requião devem continuar na Secretaria da Educação e na Superintendência dos
portos de Paranaguá e Antonina, respectivamente. A mulher,
Maristela de Mello e Silva, é assessora especial por presidir o
Museu Oscar Niemeyer.
Requião tem a irmã, um primo, uma cunhada e dois sobrinhos empregados no Estado. O
deputado estadual Tadeu Veneri (PT) disse que reapresentará projeto de reforma constitucional para proibir o nepotismo. Requião diz que pauta as
nomeações ""em critérios de
competência e confiança".
Em Minas, a irmã do governador Aécio Neves (PSDB), Andréa Neves, além de presidir o
Servas (Serviço Voluntário de
Assistência Social), preside o
grupo técnico de Comunicação
Social, vinculado à Secretaria
de Governo. Segundo a assessoria do governo, ela não é remunerada em nenhum dos cargos.
No Ceará, o governador Cid
Gomes (PSB) tem seu irmão, o
deputado estadual Ivo Gomes
(PSB), como chefe-de-gabinete. A nomeação foi questionada
pelo Ministério Público Estadual, que, em janeiro, estabeleceu prazo de 60 dias para Cid
exonerá-lo. Para o governador,
a nomeação não é nepotismo,
pois Ivo tem cargo público, eleito pelo povo, e optou por manter o salário de deputado. A vaga na Assembléia, porém, foi
preenchida por um suplente,
que também recebe salário.
No Pará, a governadora Ana
Júlia Carepa (PT) nomeou o
ex-marido Marcílio Monteiro
para a Secretaria Extraordinária de Projetos Estratégicos e o
ex-cunhado Maurílio Monteiro
para a Secretaria de Desenvolvimento, Ciência e Tecnologia.
O irmão José Otávio Carepa é
subsecretário de Esportes.
Em Mato Grosso, Terezinha
de Souza Maggi, mulher do governador Blairo Maggi (PR), está há quatro anos à frente da Secretaria de Trabalho, Emprego
e Cidadania. A assessoria do governo disse que Maggi não considera haver nepotismo, pois
ela tem "formação" e "talento".
O governador do Maranhão,
Jackson Lago (PDT), indicou o
irmão Wagner Lago para a representar o Estado em Brasília.
O Ministério Público do Maranhão entrou com ação pedindo
a exoneração de parentes até
terceiro grau no Executivo e
Legislativo estadual.
Brito Miranda, pai do governador do Tocantins, Marcelo
Miranda (PMDB), é secretário
de infra-estrutura do Estado.
Ele já comandava a pasta quando o filho se elegeu pela primeira vez, em 2002. A assessoria de
Miranda disse que Brito ocupa
a função por "sua experiência".
Em Alagoas, Teotônio Vilela
Filho (PSDB) nomeou a irmã
Fernanda Vilela, advogada tributarista, para a Secretaria da
Fazenda. A reportagem não
conseguiu falar com ele ontem.
Texto Anterior: Caso do Dossiê: Polícia deve indiciar 17 supostos laranjas Próximo Texto: São Paulo: Serra lamenta vitória de Bush sobre Al Gore Índice
|