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PT vai propor 3ª opção para emenda
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A bancada de deputados federais do PT se reuniu ontem e tomou uma decisão que volta a colocar em impasse a discussão da
Proposta de Emenda Constitucional 192, que trata do sistema financeiro nacional.
Depois de governo e oposição
terem esboçado anteontem um
acordo para a aprovação do projeto que dá o primeiro passo para
a autonomia do Banco Central, os
92 deputados petistas aprovaram,
ontem, quase por unanimidade,
com poucas abstenções, uma terceira proposta que já encontrava
resistência na oposição minutos
depois de ser anunciada.
"A princípio não tenho boa
vontade neste assunto, estamos
criando um caminho tortuoso para um assunto simples. O governo
varia muito de posição, 24 horas é
muito tempo para o governo",
afirmou, por exemplo, o deputado Jutahy Júnior (BA), líder do
PSDB na Câmara.
Duas propostas
Há duas Propostas de Emenda à
Constituição para o início da discussão sobre a autonomia na Câmara. Uma, que veio do Senado, é
de autoria do candidato derrotado à Presidência, José Serra
(PSDB), mas foi alterada por
substitutivo do senador Jefferson
Péres (PDT-AM). A outra é de autoria do deputado petista Virgílio
Guimarães (MG).
As duas propostas alteram a redação do artigo 192 da Constituição Federal, que trata do sistema
financeiro nacional, permitindo
que a regulamentação do sistema
seja feita por meio de leis complementares e não por meio de apenas uma lei complementar, como
é previsto hoje.
Esse é o primeiro passo do governo para mandar o projeto de
autonomia do Banco Central, já
que a discussão "fatiada" facilita a
obtenção de consenso. Depois de
muita discussão, havia ficado
acertado anteontem -em costura liderada pelo ministro José Dirceu (Casa Civil)- que seria votada a PEC de Péres.
Pela proposta tirada da reunião
da bancada do PT, a idéia é apresentar uma terceira proposta
(emenda aglutinativa) que mantém a idéia geral das duas PECs,
mas que volta a incluir os oito incisos constitucionais que nominam itens que devem ser regulados pelas leis, o que estava revogado na PEC de Péres.
Entre esses incisos está o que estabelece o limite anual de 12% para a cobrança de juros, um dos
principais motivos para o fato de
a regulamentação não ter sido
aprovada até hoje.
"Não aceito", resumiu o deputado José Carlos Aleluia (BA), líder do PFL. "Se o PT insistir em
manter os juros, está cometendo
um grave erro político e sofrerá
uma derrota", disse Péres.
Na reunião petista de ontem,
em que voltaram a se repetir os
embates entre a ala radical do partido -que ameaçou deixar a reunião- e a ala moderada (majoritária), ficou definido, na prática,
que o partido deve abrir mão dos
12% como forma de tentar o acordo mais à frente.
Trancada
Apesar de aprovar ontem uma
medida provisória "vencida", a
Câmara dos Deputados continua
com a pauta trancada devido à
não apreciação de uma MP no
tempo devido. A situação -aliada à falta de acordo- empurra
para a semana que vem a tentativa
de início da apreciação do projeto
que abre caminho para a discussão da autonomia do BC.
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