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ESCÂNDALO DO "MENSALÃO"/PALOCCI EM APUROS
Comissão espera que funcionária revele de quem partiu a ordem para violar dados bancários do caseiro que denunciou Palocci
CPI ouve amanhã vice-presidente da Caixa
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A CPI dos Bingos vai tomar
amanhã o depoimento da vice-presidente de Tecnologia da Caixa Econômica Federal, Clarice
Copetti, na expectativa de que ela
revele de quem partiu a ordem interna de violação do sigilo do caseiro Francenildo Costa.
O senador Álvaro Dias (PSDB-PR) disse acreditar que a violação
dos dados da conta de Francenildo tenha sido "determinação da
presidência da Caixa".
"Acho que o laptop é da presidência da Caixa", afirmou Dias,
referindo-se ao computador portátil que teria sido usado para extrair os dados e que já foi entregue
à Polícia Federal.
A CPI ainda não analisou o requerimento de convocação do
presidente da Caixa, Jorge Mattoso. Ele prestará depoimento hoje
à PF, no inquérito que investiga o
vazamento da movimentação
bancária do caseiro.
As informações iniciais da Caixa sobre a existência de dificuldades operacionais para rastrear o
nome do funcionário que violou o
sigilo de Francenildo foram contestadas por técnicos ouvidos pelos senadores dessa CPI.
Acareação
Em outra frente de investigação,
a CPI já aprovou acareação entre
o presidente do Sebrae, Paulo
Okamotto, e ex-militante do PT
Paulo de Tarso Venceslau.
Amigo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Okamotto disse
ter pago em 2004 uma dívida de
R$ 29,4 mil de Lula com o PT, relativa a despesas da campanha de
2002. A suspeita é que o dinheiro
tenha saído de contas do publicitário Marcos Valério de Souza. À
CPI Okamotto afirmou ter quitado a dívida de Lula em dinheiro
por orientação do então tesoureiro do PT, Delúbio Soares.
Também ouvido pela CPI, Paulo de Tarso Venceslau acusou
Okamotto de fazer caixa dois para
o PT desde 1993. A acareação
também tem a finalidade de esclarecer essa questão.
Essa investigação é considerada
importante porque pode atingir
diretamente o presidente Lula,
mas ela está paralisada desde janeiro, quando uma liminar do
presidente do STF, ministro Nelson Jobim, suspendeu a quebra
dos sigilos bancário, fiscal e telefônico de Okamotto.
A liminar, dada por Jobim no
recesso do tribunal, foi depois
mantida pelo relator do mandado
de segurança, Cezar Peluso.
A CPI tem em mãos um requerimento para nova quebra dos sigilos de Okamotto, desta vez tentando evitar as brechas apontadas
pelo STF, como a indefinição do
período da quebra para evitar devassa ilegal na vida dele, mas ainda não o examinou, porque a
oposição teme derrota.
"Vamos trabalhar pela quebra
dos sigilos do Okamotto enquanto aguardamos o que vai acontecer com o ministro Antonio Palocci (Fazenda)", disse o líder do
PFL no Senado, José Agripino.
(SILVANA DE FREITAS)
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